Águas do São Francisco vão chegar ao Ceará pelo reservatório de Milagres, em Penaforte. FOTO: Mateus Dantas |
Dessa
forma, apesar de ainda sujeito a alterações, o prognóstico é de que as águas do
São Francisco cheguem no fim do primeiro semestre de 2019 ao reservatório de
Jati (Cariri), o primeiro no Ceará.
As
informações foram divulgadas em reunião da Câmara Temática Água e
Desenvolvimento (CT Água), ontem. O encontro, que contou com participação de
representantes do MI e da Agência Nacional das Águas (ANA), foi realizado na
Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece).
Esse
é, pelo menos, o quarto adiamento do prazo para a chegada das águas da
transposição no Estado. A primeira previsão, ainda em 2017, era para fevereiro
deste ano. Em março, o MI anunciou mudança da data para o fim do primeiro
semestre de 2018, posteriormente ampliada para agosto. Como o jornal publicou
em setembro, a última previsão era para o fim do ano. À época, o Governo do
Estado solicitou ao Governo Federal aporte complementar de R$ 100 milhões para
conclusão do eixo principal do Cinturão das Águas do Ceará (CAC).
A
EBI 3 foi acionada em junho deste ano. A estação faz o bombeamento da água do
reservatório de Mangueiras (em Salgueiro-PE), do qual segue por meio da
gravidade por Negreiros (também em Salgueiro) e Milagres (Penaforte) até chegar
em Jati. Assim que a estação prosseguir com o bombeamento, é preciso esperar
que os reservatórios encham até o abastecimento chegar ao Ceará.
Aqui,
é necessário que o Jati encha até o mínimo operacional para liberar vazão para
o Cinturão das Águas. Durante a apresentação da situação do Pisf à CT Água,
Mariana Prado Franceschi de Andrade, analista de infraestrutura do MI, frisou
que, como ainda não foi encontrada solução definitiva para o vazamento do
dique, a previsão de chegada das águas ao Estado para o fim do próximo semestre
ainda pode ser alterada.
Conforme
Francisco Viana, secretário da CT Água e representante da Secretaria de
Recursos Hídricos (SRH), o adiamento acarreta perda de água na primeira
transferência. "Lamentamos profundamente porque o primeiro semestre é
ideal para transferir água para o Castanhão porque as perdas diminuem muito
mais. A nossa ideia é importar essa água para o Castanhão no primeiro semestre,
que é quando você tem água natural do rio".
A
situação requer, de acordo com Viana, que o compromisso com medidas
complementares continue. "Estamos trabalhando com essa perspectiva de
recarga de água no ano que vem. Evidentemente, medidas complementares têm de
acontecer. Racionalização do uso e limitação da água de irrigação ainda mais.
Tudo isso vai depender também da chuva do ano que vem. Temos indicações, mas
não há ainda uma previsão. A gente tem de sempre trabalhar no cenário mais
desfavorável para ter mais segurança. Otimizar o uso do abastecimento e
indústria", frisa. (O Povo)
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