“Toinho” era muito conhecido em Juazeiro do Norte. FOTOS: Normando Sóracles
Morreu por volta das 9 horas da manhã deste domingo (17), Antônio Pedro da Silva, bastante conhecido por “Toinho”, que costumava entrar no gramado do estádio Romeirão junto com o time do Icasa e conduzindo nos braços uma estátua de Padre Cícero. Ele era o mascote do time alviverde, mas, sobretudo, um fervoroso devoto de Padre Cícero o qual se tornou muito querido.

“A fé nos conduz à vitória”. Nesse trecho do hino do Icasa sempre costumava erguer a mão direita para os céus e apertava a estátua do sacerdote contra o peito esquerdo percorrendo os quatro cantos do estádio, apesar da sua deficiência, puxando uma perna, a fim de receber os aplausos do torcedor. “Toinho” sofreu um mau súbito quando passava pela Rua da Conceição e caiu perto do Edifício Patrícia no centro de Juazeiro. O SAMU foi imediatamente acionado, mas não houve tempo para o socorro médico-hospitalar. Os profissionais de saúde apenas constataram o óbito.

Por estar na via pública e, na ausência de familiares, o rabecão recolheu o corpo e o levou para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em Barbalha. Supostamente, o conhecido mascote do Icasa seguia para a porta do Banco do Brasil, onde costumava permanecer algum tempo pedindo uns trocados aos que ali chegavam. O período mais comum nessa sua tarefa era no fim de ano quando até costumava usar uma touca de Papai Noel e sentar ao lado de uma caixinha na qual colocavam dinheiro.


O amor de “Toinho” pelo futebol não começou nos braços do Verdão. Ele era fervoroso torcedor do Guarani e não perdia um jogo sequer do Leão do Mercado. Quando o desportista Zacarias Silva migrou do Guarani para o Icasa, “Toinho” foi junto e até chamado de “tapioca”, mas ele apenas sorria. No primeiro dia em que entraria no Romeirão com a camisa do Icasa para um clássico diante do Guarani, o mesmo terminou “sequestrado´ por um torcedor rubronegro que o impediu de fazer àquilo.

Há quatro décadas, “Toinho” trabalhou como cobrador de ônibus já que ainda não tinha se aposentado e a doença avançava ampliando as dificuldades de locomoção. Foi funcionário nas velhas e chamadas “fubicas” do empresário e vereador José Firmino Tenório as quais não possuíam catracas quando saía entre os clientes cobrando as passagens. Era o único em que o dinheiro do apurado conferia rigorosamente com as fichas vendidas. Já no primeiro ônibus com catraca a circular em Juazeiro, o mesmo teve a primazia e foi o cobrador pioneiro a sentar na cadeira ao lado do equipamento.  (Site Miséria)

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