Foto: José Leomar

O governador Camilo Santana (PT), ao responder a uma pergunta sobre o auxílio emergencial, durante entrevista em Brasília, tocou em um ponto nevrálgico para o momento: a adoção de medidas restritivas que impactam as atividades econômicas. 

Reconheceu o governador que as medidas implementadas pelos decretos de distanciamento social “prejudicam a economia e as pessoas”, mas que são “o único caminho” para conter a alta acelerada dos casos de Covid-19 no Estado. Mais próximos da realidade da saúde – pública e privada – nos estados, os governadores, entre eles Camilo, têm em mãos uma bomba-relógio. 

Os casos graves da doença avançam, a estrutura hospitalar está próxima do colapso e o contexto de uma pandemia prolongada dificulta a tomada de decisões mais drásticas. 

Praticamente todos os gestores estão no mesmo barco: os especialistas em Saúde aconselham medidas mais restritivas, como o ‘lockdown', mas os agentes políticos precisam olhar para todo o contexto social e econômico. Estes dois últimos, que formam a conjuntura, têm inviabilizado o fechamento, como ocorreu na primeira onda, em 2020. 

Discórdia no consórcio 
As dificuldades objetivas para um fechamento mais rígido rondam os palácios governamentais em vários estados. E uma prova clara disso está no consórcio de governadores do Nordeste. Recentemente, o renomado cientista Miguel Nicolelis deixou a coordenação do comitê científico criado no consórcio. 

Nos bastidores, o motivo teria sido o fato de governadores da região não terem seguido os alertas dele de que precisavam fazer um lockdown para evitar o cenário difícil que se vê agora. Pelo menos Ceará, Pernambuco, Bahia e Piauí estão em situação bastante delicada. 

Urgência federal 
Em coro, os governadores pediram ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e ao do Senado, Rodrigo Pacheco, prioridade para a criação de um orçamento para a saúde e também a discussão da volta do auxílio emergencial. Somada à chegada de mais doses das vacinas e de uma imunização rápida e eficaz, essas providências são fundamentais para evitar o caos que se avizinha. Os casos têm sido mais graves, as UTIs estão lotadas e não chegamos ainda ao chamado platô.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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