Camilo Santana e Marcos Gadelha alertaram a população sobre a importância da vacinação. Foto: Reprodução

Em live realizada na noite desta quinta-feira (30 de dezembro), o governador Camilo Santana (PT) afirmou que "há um indício forte de transmissão comunitária" da variante Ômicron da Covid-19 no Ceará. O anúncio foi dado após reunião semanal do Comitê de Enfrentamento à Pandemia.

Quando uma doença ou uma variante está em transmissão comunitária, significa que não é possível rastrear a origem da infecção, indicando que o vírus circula entre as pessoas, independentemente se estas viajaram ou não para o exterior. 

Há apenas uma semana o governador confirmou que o Ceará tinha registrado três casos da variante Ômicron, em passageiros vindos da Tailândia, de Milão (Itália) e São Paulo, que ficaram em isolamento, monitorados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

No Brasil, os primeiros casos da variante Ômicron foram registrados em São Paulo, no último dia 2 de dezembro. Depois, foi confirmada a transmissão comunitária da nova cepa.

Síndrome gripal
Ao lado do secretário da Saúde, Marcos Gadelha, o governador também mencionou o aumento expressivo de casos de síndrome gripal no Estado. A preocupação é justificada por números. 

Somente nas últimas semanas, a Capital viu o número de casos de síndrome gripal dispararem. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) geridas pela Prefeitura de Fortaleza, o número de atendimentos diários a pacientes com estes sintomas cresceu mais de dez vezes em dezembro. 

Os dados foram repassados pelo prefeito José Sarto Nogueira (PDT), em live transmitida nas redes sociais na última terça-feira (28). Segundo ele, no último dia 2 de dezembro foram contabilizados 122 atendimentos nas UPAs do município. Já na última segunda-feira (27), o número saltou para 1.359. 

No recorte por faixa etária, o atendimento de crianças com sintomas de gripe nas UPAs de Fortaleza cresceu 162%, entre novembro e dezembro deste ano. A rede privada de saúde da Capital também confirma o aumento na demanda. Diante do aumento, especialistas reforçam a necessidade de cuidados preventivos. 

Entre os dias 1º e 25 de dezembro, foram registrados 3.452 acolhimentos - destes, praticamente metade (1.685) ocorreu em crianças de 0 a 4 anos de idade. Em novembro, foram 1.316 atendimentos, sendo 920 do perfil mais jovem da população. Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). 

Postos de Saúde
O aumento da demanda por síndrome gripal também foi registrado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Capital. Conforme o prefeito José Sarto, no dia 2 foram anotados 381 atendimentos por dia, enquanto que no último dia 27 foram somados 2.191, número cinco vezes maior.

Confira os números de atendimentos por síndrome gripal em Fortaleza:

UPAs

02/12: 122
12/12: 309 
20/12: 1.129 
27/12: 1.359
Postos de Saúde

02/12: 381 
12/12: 771 
20/12: 1.444 
27/12: 2.191 

Rede privada
A rede privada de saúde na Capital vem registrando o mesmo aumento de demanda. O número de atendimentos a pacientes com síndrome gripal na Unimed Fortaleza, por exemplo, saltou de 60, média diária de duas semanas atrás, para 386 nessa segunda (27). 

"Duas semanas atrás, a média diária de atendimentos no nosso hospital era de 300 pacientes, sendo, aproximadamente, 60 com síndrome gripal. Ontem, nós atendemos no nosso hospital 610 pacientes, sendo 386 com síndrome gripal", detalhou o presidente da cooperativa, Elias Leite.

Fonte: Diário do Nordeste

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