A cena de um bebê nascendo na sala de espera do Hospital e Maternidade São Francisco, em Crato, revoltou os pacientes que aguardavam atendimento na unidade médica. A dona de casa Apoliana Saraiva de Oliveira, 31 anos, chegou à instituição em trabalho de parto, mas foi orientada a aguardar o socorro médico. Após horas de sua chegada, ela deu à luz antes de entrar no centro cirúrgico.

Apoliana Saraiva procurou o estabelecimento no último dia 21, por volta das 20h30, em trabalho de parto e se queixando de muita dor. Ela recorda ter sido orientada, no próprio hospital, a aguardar o atendimento. Depois de horas de espera, ela foi chamada por uma das enfermeiras para fazer a ficha. Ao se levantar, a criança nasceu, ainda na recepção, e bateu a cabeça no chão.

O episódio chocou as outras pacientes que ali estavam. “Quando me chamaram para fazer a ficha, que eu dei um passo, a criança nasceu. Ela caiu de cabeça no chão. Na hora fiquei em choque, com receio que ela tivesse morrido. Um casal tentou me acalmar e outras pessoas começaram a pedir socorro. Só aí fui atendida por uma médica e a minha criança por uma enfermeira”, conta a dona de casa.

Após receber atendimento, Apoliana foi comunicada por uma médica que sua filha passava bem. Porém, o vereador Jales Veloso, que levou a gestante até a maternidade, exigiu que fossem realizadas radiografias para comprovar o diagnóstico. O parlamentar levou o caso à Câmara Municipal, lamentou o descaso e pediu envio de ofício ao estabelecimento para que sejam disponibilizadas as imagens do ocorrido.

Sobre os exames, a dona de casa afirmou que não teve acesso e não recebeu os resultados, apenas “de boca” por um médico da instituição. “Eu noto uma bolha na cabeça dela e permaneço preocupada. Ao sair da maternidade, na última terça-feira (23), a médica disse que se eu notasse mudança de comportamento, como muito choro, ou alteração na cor da pele fosse imediatamente à unidade”, relata Apoliana.

A dona de casa lembra que, assim como ela, outras gestantes esperaram bastante tempo para serem atendidas. “Muitas grávidas aguardavam ali. Só entrei na frente porque a menina nasceu. No primeiro dia que fiquei internada, ouvi uma das grávidas gritar a noite toda com dores. Só na manhã seguinte fizeram a cesariana. Sem falar nos outros que voltam pra casa por falta de atendimento”, lamenta.

A administração do Hospital e Maternidade São Francisco foi procurada pela equipe do Jornal do Cariri, mas foi informada que os dois diretores estavam em viagem. Um contato telefônico foi disponibilizado para que eles pudessem apresentar algum posicionamento sobre o ocorrido, mas, até o fechamento desta edição, os mesmos não fizeram nenhum contato.

Fonte: Jornal do Cariri                    Últimas Notícias

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