Ceará. Depois de consecutivos saldos positivos em relação à geração de empregos no Ceará, os trabalhadores estão sentindo o peso do ano de 2015, período em que foram fechadas 33.411 vagas formais. Foi a primeira vez, desde 2003, que o Estado encerrou o ano com saldo negativo. A queda anual de 2,71% foi puxada principalmente pela indústria de transformação e pela construção civil, com o fechamento de 17.328 e 11.892 postos, respectivamente. É o que mostram os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem.

Em 2014, o Estado teve um aumento de 47.372 vagas de empregos, mas o saldo já era menor que o registrado em 2013, quando o acréscimo foi de 50.206 postos. Do total de vagas perdidas em 2015, a Região Metropolitana de Fortaleza registrou redução de 29.682 postos. O coordenador de Estudos e Análise de Mercado do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), Erle Mesquita, explica que o resultado negativo já era esperado pela instituição, entretanto o número alto de cortes surpreendeu. "O segundo semestre, que é um período que tradicionalmente tem melhora no mercado de trabalho, teve um comportamento contrário, registrando queda. Em 2015, nós conseguimos perder o equivalente a três anos de crescimento em apenas um ano".

O comércio cearense encerrou o ano passado com um decréscimo de 3.147 postos de trabalhos formais, enquanto que o setor de serviços ficou com um saldo negativo de 3.094 vagas.

Cenário preocupante

Mesquita explica que vários fatores influenciaram na queda dos vagas de trabalho. "Você vê um cenário econômico que já é preocupante. Os indicadores macroeconômicos mostravam declínio, além da instabilidade política que contribuiu para esse resultado que já vinha desde 2011 se deteriorando". A instabilidade no mercado internacional, o preço das commodities, a taxa de inflação elevada e o aumento de juros são outros fatores que influenciam o aumento do desemprego, de acordo com especialista.

Para 2016 a tendência é continuar na elevação de desemprego e na queda de oferta de trabalho, lamenta Mesquita. "A gente tem que puxar um debate, porque realmente a tendência é de piora, para reverter este cenário deve haver um aumento do emprego com carteira e proteção social e um aumento do padrão de remuneração", defende.            (Diário do Nordeste)                    Principal

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