Ceará. O volume de chuvas reduziu significativamente em fevereiro. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Mesmo com precipitações acima da média em janeiro, a previsão para os próximos 15 dias no Ceará é de ocorrências esparsas e redução das chuvas. Os dados confirmam o prognóstico de que este seja o quinto ano consecutivo de estiagem.
Os primeiros quatro dias do mês ainda contaram com a influência dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis — fenômeno que ocasionou as chuvas em janeiro. “Isso ainda pode trazer chuvas pontuais nesta semana, mas a influência tende a enfraquecer no fim de fevereiro e nos próximos três meses”, explica Raul Fritz, meteorologista da Funceme.
O calendário de chuvas disponibilizado pelo órgão apresenta poucas ocorrências neste fevereiro. Além disso, nos municípios onde foram registradas precipitações, a maioria foi abaixo dos 10mm. Grande parte das cidades são identificadas nos mapas (ver ao lado) com a legenda “sem informação”; no entanto, Fritz explica que, na verdade, há a grande probabilidade de não ter havido chuvas nesses lugares.
Temos colaboradores em todas as cidades que nos atualizam diariamente. Mas eles têm o hábito de só avisar quando ocorre precipitação. Não havendo, não informam. Nesse caso, a Funceme liga para cada um, porque essas informações fazem grande diferença na hora de avaliar a média mensal”, esclarece.
De acordo com ele, a redução do volume de chuvas poderá ocorrer devido à intensidade do El Ninõ (superaquecimento das águas centrais do oceano Pacífico) e aos baixos níveis de variação de temperatura do Atlântico. A perspectiva é a espera pela Zona de Convergência Intertropical, o principal sistema indutor de chuvas no Estado durante a quadra chuvosa.
O relatório de monitoramento diário dos açudes do Estado, feito pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), mostra que não houve aporte significativo nos reservatórios. Mesmo com as chuvas de janeiro, o Ceará conta com 12,8% da capacidade de abastecimento. Atualmente, apenas o açude Caldeirões, no município de Saboeiro, está sangrando. Outros 130 reservatórios seguem com volume abaixo de 30%.          (O Povo)

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