Em alguns trechos há até nove prédios fechados. FOTO: Normando Sóracles-Site Miséria |
Principal
rua do comércio no centro de Juazeiro do Norte, a Rua São Pedro mantém 124
pontos comerciais de portas fechadas. Sonho dos comerciantes no passado, hoje a
via não atrai mais os negócios e o preço dos alugueis, mesmo em baixa, não se
tornam atrativos.
Uma breve passagem pela São Pedro em horário comercial, e é possível ver diversos estabelecimentos com a placa de "aluga-se" na porta. O trecho onde a "desertificação" se torna mais acentuada fica antes do cruzamento com a linha férrea. Alguns quarteirões somam até nove estabelecimentos inativos.
Mantendo uma ótica há pelo menos 13 anos, José Martiniano Alencar conta que não vê melhoras nas vendas. O lojista tem 11 funcionários distribuídos em três lojas, e conta ter certa dificuldade para honrar a folha de pagamento ao final do mês. "O valor dos aluguéis são hoje a minha grande preocupação".
Assim como ele, a empresária Anete de Alencar, dona de uma loja de artigos de variedades, também precisou se adaptar à nova realidade. Assim como o dela, há diversos outros estabelecimentos do mesmo ramo, vendendo as mesmas mercadorias e alguns na mesma quadra. "Os chineses vieram e tomaram de conta", diz.
Ela se refere aos comerciantes que há pelo menos quatros anos se instalaram em Juazeiro do Norte. Vindos da China, Coreia e Japão, os empresários do oriente injetaram capital em mercadoria importada, acuando o poder de venda de comerciantes do mesmo ramo já estabelecidos na São Pedro.
Um empresário no ramo de confecções e peças íntimas lembou que, no passado, era preciso adquirir uma "chave" para se instalar na São Pedro. Na prática, tratava-se de uma licença que deveria ser paga para que o comerciante pudesse usufruir do direito de comercializar ali.
DEMISSÕES NO COMÉRCIO
Apesar de ser o principal centro de comércio popular entre os municípios do Cariri, o setor em Juazeiro do Norte teve em 2018 o pior mês de janeiro dos últimos 11 anos. O levantamento foi feito pelo Miséria junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) nesta segunda-feira, 12.
O órgão aponta saldo negativo de 149 empregos com carteira assinada em janeiro. O índice é o pior da última década, comparável apenas com 2015, quando 148 cargos foram fechados no primeiro mês do ano. O CAGED não fornece os números anteriores a 2007.
Ainda segundo o órgão ligado ao Ministério do Trabalho, em Juazeiro havia pelo menos 13.050 pessoas trabalhando formalmente no Comércio em janeiro. Estas vagas se dividem em 3.699 estabelecimentos. (Site Miséria)
Postar um comentário