O
governo cancelou R$ 9,6
bilhões em auxílios-doença e aposentadorias por invalidez,
de quase 220 mil pessoas, ao intensificar o pente-fino para encontrar benefícios irregulares. Até o
fim do ano, o Ministério do Desenvolvimento Social avalia que a economia deve
chegar a R$
15,7 bilhões com o impulso das perícias. A redução desses
gastos dá um alívio no Orçamento da União em 2018 e 2019.
Em
quatro meses, de março até o fim de junho, meio milhão de beneficiários passaram pelo
crivo dos peritos do INSS. O governo mudou as regras para o trabalho dos
peritos e conseguiu dar novo gás ao programa de revisão dos benefícios, que
começou a ser implementado em agosto de 2016. De março a junho, o número de
perícias foi quase o dobro das 289,8 mil realizadas desde o início do programa.
Na
primeira fase do pente-fino, que durou até fevereiro passado, foram
cancelados 82% dos
auxílios-doença e 17% das aposentadorias por invalidez que
passaram pela perícia técnica do INSS. Nessa segunda fase, 74% dos
auxílios-doença revisados (112.959) e 31% das aposentadorias por invalidez
(106.763) foram cancelados. Esse é o último balanço que o governo pode divulgar
antes das eleições.
Perícia
Em
entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (serviço de notícias
em tempo real do Grupo Estado), o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, disse que
o governo passou a exigir quatro perícias por dia para quem quisesse ter acesso
ao bônus que é dado aos peritos que aderem voluntariamente à revisão, feita
fora do expediente normal. Antes, os peritos podiam escolher quantas perícias
podiam ser feitas. Tinha perito que só fazia uma revisão por semana.
"Isso
fez com que nossa capacidade de perícia saltasse de 20 mil para 200 mil por
mês", explicou o ministro. O governo paga bônus de R$ 60 por perícia extra. A revisão
pretende alcançar até o fim do ano 553 mil auxílios-doença e 1 milhão de
aposentadorias por invalidez. Até agora, 36,4 mil pessoas não compareceram à
revisão e tiveram o benefício cancelado.
(Estadão)
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