Há
alguns anos, não se imaginava ser possível cultivar flores no Ceará devido
ao clima
semiárido, mas o Estado mostrou ter áreas propícias para o
florescimento de rosas e também de muitos negócios. Hoje, a região da Serra da Ibiapaba abriga grandes empresas do
setor, gerando emprego e renda para e região e fortalecendo e diversificando a
economia cearense. Nem mesmo a seca forte que assola o Estado há anos tem
parado essas empresas, que já vislumbram a expansão dos negócios a partir da
maior organização do setor e também das oportunidades que vão surgir com
equipamentos como o hub
aéreo da Air France-KLM e Gol.
Entre
as grandes empresas instaladas na região da Ibiapaba está a Reijers, que possui duas
fazendas em território cearense - em São Benedito e Ubajara - e outras nove no
restante do País. A empresa empresa projeta dobrar a produção e o número de
postos de trabalho gerados em até três anos.
Atualmente,
a Reijers produz 150 mil
hastes de flores de 16 espécies diferentes por dia, um
total de cerca de 48 milhões de botões por ano que geram renda para 450
funcionários diretos. De acordo com o diretor e proprietário da Reijers,
Roberto Reijers, a empresa está ampliando e diversificando a produção no Estado.
Ele conta que haverá produção de outros tipos de flores e principalmente
aquelas em vasos. Além disso, a empresa também está de olho no mercado externo.
Segundo
o consultor técnico em agropecuária, Francisco Zuza Oliveira, o Ceará já enviou
para outros países cerca de 10
milhões de flores produzidas no Estado. Com o hub aéreo da
Air France - KLM e Gol, inaugurado em maio, as possibilidades de exportação se
ampliam. A própria Reijers local, que não está mandando produtos para fora
atualmente, pretende retomar a prática até dezembro.
“A
Holanda é o maior distribuidor de flores para a Europa. Com o hub, nós teremos
duas frequências semanais entre Fortaleza e Amsterdã, o que gera a
possibilidade para voltarmos a exportar”, afirma Roberto Reijers. Segundo ele,
o objetivo é exportar de 20% a 30% da produção cearense, o que deve gerar
incremento no faturamento da empresa na mesma ordem.
"O
mercado mundial de flores sofre a pressão de muitas ofertas de países da
África, Colômbia e Equador, mas esperamos conquistar um espaço no mercado. Já
começamos o contato com os clientes e esperamos iniciar em dezembro quando
haverá maior demanda”, acrescenta o produtor.
Pequenos
produtores
Além
disso, a área de cultivo da Reijers também será ampliada. Serão mais 120 hectares, sendo
70 deles destinados a um projeto de integração com pequenos produtores da
região da Ibiapaba que promete gerar uma renda líquida de R$ 3 mil por mês para
cada produtor.
“Para
os pequenos produtores, haverá segurança na aquisição da produção através de
uma empresa âncora, além de estarem recebendo toda assistência técnica”,
destaca Roberto.
Geração
de 10 mil empregos
A
intenção é aproveitar o potencial oferecido e dobrar a produção dos 20
produtores atuantes - sendo quatro grandes empresas e 16 pequenos produtores -
além de duplicar a geração de empregos também, tornando a Serra da Ibiapaba
referência no Norte e Nordeste em produção de flores. O projeto foi idealizado
pelo ex-secretário da Agricultura Irrigada do Estado e atual deputado estadual,
Carlos Matos. “Com a união das instituições, o nosso objetivo é gerar 10 mil
empregos na região, sendo cinco mil a partir da floricultura, dois mil na
horticultura, que está surgindo na serra com muita força, e outros três
mil empregos na área turística e em outras atividades”, explica Matos. (Diário
do Nordeste)
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