Em
vez de competidores, parceiros. É assim que grandes corporações estão começando
a enxergar as startups. A inovação de uma se funde à experiência da outra.
Forma-se a simbiose conhecida como Corporate Venture, termo do inglês para o
investimento de gigantes do mercado em iniciantes com viés tecnológico. No
Brasil, a prática tem se tornado mais comum nos últimos dois anos. O acordo de
ganhos mútuos inclui o suporte financeiro e mentorias de empresas já
consolidadas em troca de soluções.
O
número de programas de aceleração cresce na medida em que startups cresce. Algo
que pode significar um contrato com uma gigante ou aporte financeiro para se
desenvolver. É isso que oferece o recém-lançado programa Germinar do grupo
cearense M. Dias Branco. “Queremos soluções tecnológicas que otimizem o nível
de serviço e a experiência dos consumidores. É a primeira vez que trabalhamos
com um projeto assim e estamos muito otimistas”, Fábio Cefaly, diretor de novos
negócios e relações com investidores da companhia.
No
Ceará, a Casa Azul Ventures oferece programas de aceleração para 7 startups de
frentes variadas. A aceleradora é resultado de uma parceria entre o Elo Group e
o Grupo de Comunicação O Povo (GCOP). Para o diretor-executivo, Raphael
Gonçalves, as vantagens são claras e os resultados já começam a aparecer.
“O
objetivo principal é que elas cresçam e, no futuro, o GCOP esteja conectado a
diferentes negócios e consiga entender ainda mais o consumidor e criar melhores
produtos de comunicação. No curto prazo, os ganhos são de posicionar a marca do
Grupo em inovação e no ecossistema de startups. O Chatbot Maker, por exemplo,
fez o Chatbot do O POVO Online, que é mais um canal de engajamento e conversa
com o consumidor de conteúdo do O POVO”,
conta.
A
empreendedora Larissa Lima, de 22 anos, foi uma das que se beneficiaram com o
programa da Casa Azul Ventures. Com a ajuda dos sócios Gabriel Gurgueira e
Bruno Raniery, ela criou o Mercadapp, aplicativo que realiza compras e entrega
de produtos de supermercados. Workshops e mentorias contribuem como uma
“alavanca intelectual”. “Eles capacitam os empreendedores nas principais áreas
estratégicas de uma startup, ciando um network de conhecimentos, experiências e
possíveis parceiros”, avalia.
Para
Erico Fileno, diretor-executivo de inovação da Visa, empresa que completa o
segundo ano de programas de aceleração, as grandes corporações têm muito a
aprender com as startups. “Quando falo alguma novidade com startup, o
empreendedor já quer no mesmo dia. Em uma semana, uma startup já testa e
descobre se a solução dá ou não certo”, completa.
Para
o presidente da Associação Brasileira de Startups, Rafael Ribeiro, a crise
econômica contribuiu com o surgimento e crescimento de startups no Brasil.
“Tinha um mito de que as startups matariam as grandes empresas. Elas entenderam
que, na verdade, podem agregar. Mas as empresas ainda precisam entender que é
preciso pagar startups por um projeto piloto. Realizar trabalhos de graça
impacta no caixa das startups. Por outro lado, as startups têm de ser justas na
precificação e não aumentar o preço quando for servir grandes empresas por
terem mais dinheiro”, explica.
Conceito
Startups
são empresas em fase inicial que desenvolvem produtos ou serviços inovadores,
com potencial de rápido crescimento. (O Povo)
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