O
governo abriu, nesta terça-feira (23), uma consulta pública para realizar
leilões regionais
de energia elétrica em 2019 e repassar o custo para a
conta de luz de famílias e empresas. A ideia é contratar termelétricas movidas
a gás natural nas regiões Nordeste,
Sul, Sudeste e Cento-Oeste.
A
proposta é polêmica até mesmo entre os órgãos que regulam o setor
elétrico.
Após
a publicação da reportagem que mostrava a resistência ao projeto, o ministro de
Minas e Energia, Moreira Franco (MDB-RJ) afirmou que buscaria um modelo
alternativo de leilão que evitasse o repasse à conta de luz.
No
entanto, na proposta apresentada pelo governo, os consumidores de energia
deverão arcar com os custos desses empreendimentos. A Abrace (associação de
grandes consumidores de energia industriais) calcula o impacto em R$ 2 bilhões
por ano, pelos próximos 20 anos.
Para
Edvaldo Santana, presidente da entidade, trata-se de uma forma de viabilizar o
leilão de usinas térmicas na região Nordeste. A ideia inicial do governo era
contratar usinas apenas nesta região, mas, após repercussão negativa do
projeto, foram incluídos leilões em outras zonas do país. No entanto,
apenas o leilão da região Nordeste tem atratividade garantida, afirma
Santana.
Uma
das críticas ao modelo regional de contratação das usinas é que ele cria uma
espécie de reserva de mercado, já que apenas as empresas que já tem atuação na
região é que deverão participar da concorrência, segundo empresários do
setor. Defensores do leilão afirmam que a contratação das usinas é
importante para garantir a segurança energética do país.
Com
o avanço de fontes renováveis intermitentes, como a solar e a eólica, que
dependem de fatores variáveis para gerar (sol e vento), haveria a necessidade
de uma fonte mais segura, que pudesse ser despachada a qualquer momento.
Também
dizem que as térmicas a gás vão substituir usinas movidas a óleo, que são mais
caras e poluentes. Outro argumento é que os leilão ajudarão a impulsionar o
setor de gás natural.
Já
críticos aos leilões afirmam que a substituição dessas usinas a óleo tem
ocorrido com leilões regulares, que não implicam aumento na conta de luz. Neste
ano, já foram realizados dois certames desse tipo, e um terceiro deverá ocorrer
no fim do ano. A consulta pública ficará disponível para receber
contribuições a partir desta quarta (24) e ficará aberta até o dia 7 de
novembro. (Folhapress)
Postar um comentário