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FOTO: Lucas de Menezes |
Ao
menos três empresas estão interessadas em comprar obras paralisadas na área,
segundo analistas.
"Elas
têm buscado concessões de médio porte no primeiro momento. A ideia é tatear o
mercado antes de fazer investimentos maiores", diz Daniel Lau,
especialista em negócios com a China da KPMG.
A
estratégia, afirma ele, seguiria o exemplo das empresas de eletricidade ao
entrar no país. Elas começaram com ativos menores e hoje têm participação
relevante.
R$
90 bilhões
É
o valor aproximado do investimento de companhias chinesas no Brasil desde 2016,
principalmente nas áreas de energia elétrica, óleo e gás.
A
China Gezhouba Group Company (CGGC) se tornou pioneira no saneamento ao
comprar, em maio, os direitos do consórcio do sistema produtor São Lourenço,
responsável por abastecimento de água em São Paulo.
A
empresa mira novos ativos, diz um analista.
Outra
empresa apontada como interessada em entrar no mercado é a Fosun, que já está
no país, na área de finanças. A CCCC, que também tem presença no mercado
brasileiro, e a Datang seriam outras que estariam analisando ativos.
Procurado,
o grupo Fosun não quis comentar. A CCCC também não atendeu aos pedidos de
entrevista. A reportagem não conseguiu contato com a Datang e com a CGGC.
Incertezas
como governo Jair Bolsonaro (PSL), que deu declarações críticas sobre
investimentos chineses, não deverão afetar o avanço no setor. "Não haverá
um impacto grande. O próprio Bolsonaro já suavizou seu discurso", diz
Fernando Marcondes, sócio da L.O. Baptista Advogados.
No
setor de saneamento, a potencial interferência federal seria ainda menor,
porque a maioria das concessões é municipal ou estadual. Hoje, a prioridade dos
chineses são concessões já em andamento, afirma o advogado.
Já
há negociações entre chineses e companhias envolvidas na Operação Lava Jato,
que interromperam projetos por problemas financeiros, diz um analista. Segundo
ele, nesses casos, um dos entraves tem sido a definição do preço.
A
expectativa é que os chineses também passem a atuar de forma mais intensa em
novas PPPs (Parcerias Público-Privadas) de saneamento, diz Gustavo Magalhães,
sócio do Fialho Salles Advogados.
(Folhapress)
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