Para impedir outras demolições, Juazeiro busca registro
como Patrimônio Cultural Imaterial
Sem legislação robusta que proteja bens de interesse patrimonial histórico, cultural ou arquitetônico, Juazeiro do Norte viu um dos casarões mais antigos e com potencial relevância histórica ser posto abaixo diante de interesses comerciais.

Atônitos, administração municipal e vereadores se viram em um beco sem saída aparente. A multa de quase R$ 120 mil ao proprietário demolidor não acalmou os grupos que exigiam esclarecimentos sobre o leite derramado. Uma audiência pública sobre patrimônio está marcada para sexta-feira, 14, na Câmara de Vereadores.

A saída deve vir, no entanto, através do registro da cidade de Juazeiro como patrimônio cultural imaterial do Brasil, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), processo que tramita nos departamentos desde 2005, resgatado pela gestão atual.

Com esta salvaguarda, a secretária executiva de Cultura, Sandra Nancy, avalia que será viável trabalhar na elaboração de uma legislação geral para os bens associados.

Dois patrimônios: O famoso Seu Lunga (já falecido), na mais famosa
ainda Estátua do Padre Cícero, no Horto. FOTO: Normando Sóracles
“A Secretaria de Cultura deu entrada no Iphan para Juazeiro se tornar um ´lugar sagrado´ a partir das romarias e da fé. Em Juazeiro as pessoas se relacionam com o lugar, tem uma relação muito forte com a paisagem cultural”, explica Nancy, que participou do processo de registro do Pau da Bandeira de Barbalha como patrimônio imaterial.

Após este procedimento, que Nancy acredita está perto do fim, Juazeiro estaria no “Livro de Registro dos Lugares”, e todos os bens de alguma forma ligados aos lugares e rituais em que Padre Cícero está representado transformados em bens associados.

“Vai se tornar lei e ninguém vai estar mexendo (no bem de interesse patrimonial)”, afirma a secretária executiva. A legislação valeria para imóveis com comprovação de importância histórica.

“É lamentável”, disse. “Às vezes acontece para chamar atenção para outras”, comentou sobre a demolição do casarão de Juvêncio Santana, na rua São José.

O trâmite oficial exige a criação de um Conselho de Patrimônio formado por representantes de instituições da região, como Universidades e afins, que deve aprovar ou reprovar qualquer interferência nesses bens.  (Site Miséria)

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