
Até
ontem, 49 médicos haviam se apresentado de fato para trabalhar em 20 cidades
cearenses, segundo balanço mais recente do Conselho das Secretarias Municipais
de Saúde do Estado (Cosems-CE). O período se encerra no dia 14 de dezembro.
Houve desistências de médicos inscritos em pelo menos três municípios:
Tamboril, Ararendá e Parambu.
No
Estado, foram abertas 443 vagas desde a saída dos cubanos, em 20 de novembro,
último dia de expediente dos estrangeiros no Brasil depois de o governo da ilha
romper contrato com o País sob a justificativa de que não aceitaria as
condições impostas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), como a
revalidação do diploma. Ao todo, 118 municípios cearenses contavam com 448
profissionais caribenhos atuando no programa.
"Eu
acho muito difícil que a gente consiga preencher essas vagas até o fim do prazo
(dia 14)", avalia Sayonara Cidade, vice-presidente do Cosems-CE. Também
secretária da Saúde de Cedro, ela afirma que o Estado tem hoje dificuldade para
ocupar todas as vagas do Mais Médicos abertas, sobretudo na região do Sertão
Central, área mais vulnerável do território.
De
acordo com Sayonara, a causa do baixo índice de apresentação de médicos no
Ceará tem relação direta com a carga horária do Mais Médicos, que é de 40 horas
semanais - 32 de atendimento na Atenção Primária e oito dedicadas a estudos de
especialização.
"Normalmente
(os médicos) desistem por causa dessa carga horária, porque o valor da bolsa é
praticamente o mesmo (R$ 11,8 mil mensais) do que pagam as prefeituras",
acrescenta a gestora.
Em
alguns municípios, a reportagem apurou que médicos vêm tentando
negociar uma flexibilização nesse regime de trabalho. É o caso de Tamboril, Uruoca,
Moraújo e Morada Nova, por exemplo.
Nessas
cidades, profissionais entraram em contato com os secretários de Saúde a fim de
tentar abrandar a exigência de cumprimento das 40 horas, um dos itens
obrigatórios previstos no edital. (O
Povo)
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