Os prefeitos de Juazeiro do Norte e Barbalha acreditam que não receberão sansão por terem repassado os 60% dos recursos referentes aos precatórios devidos do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Os gestores afirmaram ter feito todo o processo de acordo com orientações das Câmaras de Vereadores e Ministério Público. 

O repasse aos professores - em forma de pagamento de salários ou bônus - foi proibido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em sessão no dia último 05. Na decisão, o TCU diz que as dívidas da União aos estados e municípios, referentes a complementação de recursos do Fundef, não podem ser utilizadas para pagamento de salários, dívidas trabalhistas ou bônus a professores ou outros servidores públicos. 

Entre os três gestores, o mais tranquilo é o prefeito do Crato, Zé Ailton Brasil. Ele não recebeu recursos referentes aos precatórios questionados na Justiça pelos municípios. Erros na condução do processo, por parte de gestões anteriores, inviabilizaram a tramitação e, portanto, o recebimento do recurso. 

O prefeito de Barbalha, Argemiro Sampaio (PSDB), foi o primeiro a receber o recurso e repassar os 60% aos professores. Argemiro já recebeu um segundo precatório, mas uma questão judicial o impediu de fazer o repasse. “Esse segundo precatório está sendo questionado pelo Governo Federal. O recurso está em conta, mas só pago com ordem judicial”, disse. 

Sobre a decisão do TCU, o prefeito disse estar tranquilo, segundo ele, por ter feito tudo dentro dos tramites legais. “Eu tinha uma lei municipal me autorizando e o Ministério Público orientando o pagamento aos professores e estou usando o restante do dinheiro para o desenvolvimento da Educação”, disse. Além disso, o prefeito lembra que até a realização do primeiro pagamento não havia decisão do TCU sobre o caso. 

No Juazeiro, o prefeito Arnon Bezerra (PTB) efetuou o pagamento depois de audiências públicas no Ministério Público do Estado, com acompanhamento de técnicos da Prefeitura, além de comissão de vereadores, dos professores e representações sindicais. Quanto ao restante do recurso, Arnon garante que tudo está sendo usado como manda a lei, para a melhoria da Educação. 

Segundo o TCU, o montante dos recursos chega a R$ 95 bilhões, que podem ser devolvidos pelos prefeitos que receberam e dividiram os recursos com os professores. O TCU vai pedir a devolução dos recursos e não descarta acionar os gestores em ações de improbidade e até a perda dos mandatos. Segundo a Corte, já havia suspendido a possibilidade dos pagamentos desde julho deste ano. 

No julgamento, o TCU manteve também a proibição dos valores recebidos do Fundef para pagamento de honorários advocatícios. Para garantir a decisão, a Corte vai recomendar aos estados beneficiários que elaborem um plano de aplicação dos recursos de acordo com diretrizes definidas pelo Tribunal.   (Jornal do Cariri)

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