O
início de um novo ano traz, à maioria das pessoas, um momento reflexivo. Pensar
sobre a vida, o sentido e propósito que ela possui é um dos comportamentos
vividos no período. Pensando nisso, desde 2014, é realizado o Janeiro Branco em
todo o Brasil. A campanha, idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão, de Minas
Gerais, tem como foco principal a Saúde Mental e Emocional. Durante todo o mês,
os municípios realizam ações voltadas ao tema, que vão desde rodas de conversa
e caminhadas a discussões mais aprofundadas para fortalecer políticas
públicas.
O
município de Juazeiro do Norte possui o Centro de Atenção Psicossocial em três
modalidades: o Infanto-Juvenil, para jovens e crianças; CAPS III, que atende
adultos em situação de transtorno mental; CAPS AD, para pacientes em situação
de dependência química por álcool e outras drogas. Além desses serviços, há
atenção ambulatorial, com profissionais especializados, e ainda Atenção Básica,
que desempenha ações em saúde mental. O Município de Crato, por sua vez, possui
CAPS AD, CAPS III e atendimento ambulatorial para crianças e
adolescentes.
De
acordo com Cíntia Gomes, que está na direção de Saúde Mental em Juazeiro do
Norte, cerca de 400 pacientes são atendidos mensalmente em cada CAPs. Nos ambulatórios,
cinco profissionais atendem, em média, 15 pacientes ao dia, contabilizando
cerca de duas mil pessoas. No Município, o Janeiro Branco trabalhará três eixos
no Município: fortalecimento da rede em saúde mental, em especial a atenção
primária no acolhimento e acompanhamento a pacientes com transtornos mentais;
judicialização de internamentos em saúde mental, em que o Ministério Público e
a Defensoria Pública irão orientar como proceder com famílias que buscam a
internação – algo nem sempre necessário; e ações com gestantes, mulheres,
trabalhadores e população em geral.
Para
2019, Cíntia conta que a maior perspectiva é fortalecer os serviços “para que
esses pacientes que estão em situação de transtorno mental sejam atendidos em
amplo aspecto, seja na questão dos direitos sociais, da moradia, do dia a dia
ou dos benefícios sociais”. Já em Crato, de acordo com Gabriel Brito, que
coordena o CAPS AD, são feitos 168 atendimentos no CAPS III e 62 no AD, a cada
dia, envolvendo acolhimentos em grupos e individuais. Em relação a crianças e
adolescentes, são cerca de 20 crianças e adolescentes por semana.
Como
acredita, a alta quantidade de prontuários nos serviços pode estar relacionada
ao fato de Crato ter sido considerado, por muitos anos, referência em saúde
mental, graças ao hospital psiquiátrico que funcionava no Município. “Hoje,
temos uma média de 3.800 usuários no CAPS III e 789 no CAPS AD”, conta. Para a
programação da campanha, ele cita que o Município cratense realizará rodas de
conversas, blitzes educativas e caminhadas pela paz. Ele lembra que, além de
atividades individuais e em grupos, são feitas ações junto às famílias,
escolas, CRAS, conselho tutelar e outros dispositivos, de onde podem surgir
encaminhamentos.
A
psicóloga Lilliana Saraiva, coordenadora do CAPS III, em Barbalha, enfatiza que
o Município vai fortalecer a aproximação com a sociedade. Conforme explica,
existe um número não mensurável de pessoas que padecem de algum sofrimento
mental, mas não relatam ou não têm a oportunidade de ir até o serviço de
saúde. (Jornal do Cariri)
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