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FOTO: JOSÉ LEOMAR
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A
ideia da equipe do presidente Jair Bolsonaro de criar ferramentas de tecnologia
para resolver os entraves no transporte rodoviário de cargas divide opiniões no
Ceará. Para o coordenador do Núcleo de Infraestrutura da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Heitor Studart, a medida é um paliativo para
o setor. Já Augusto Fernandes, CEO da JM Aduaneira, considera que, a curto
prazo, o projeto pode ameaçar as transportadoras, mas no longo prazo deve
diminuir os preços do frete.
"Trata-se
de um paliativo. Isso apenas é uma medida pontual, jamais uma medida para
solucionar o problema dos caminhoneiros e nem do empresariado. Nós achamos que
o livre mercado se regula como sempre foi. A tabela de frete da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está no Supremo Tribunal Federal
(STF) aguardando uma medida constitucional. Então, isso tudo tem que ser
definido agora nos meses de janeiro e fevereiro em função do próprio corte do
subsídio do diesel que se acaba nesse mês", aponta Studart, mencionando a
solução apontada para a greve dos caminhoneiros, considerado um dos maiores
entraves para a economia do País.
"Vai
mudar bastante. Toda renovação e introdução de novas tecnologias são
importantes. O 'Uber de cargas' não é novo. É antigo e já funciona no Brasil.
Não é uma ideia inovadora e roda no Sudeste. Uma empresa já funciona nesse
modelo e o Governo foi muito inteligente em propor essa medida logo no começo
do ano", argumenta Fernandes.
Impactos
Apesar
de ainda não terem sido definidas as regras para o "Uber de cargas",
os especialistas dimensionam alguns impactos positivos, como a redução do frete
rodoviário e a possível diminuição das burocracias no setor. "Um dos
grandes problemas criados para o Nordeste foi o frete do retorno. Então, em
função da demanda e da nossa distância ser muito grande dos centros produtivos
do País, o empresariado é obrigado a pagar o retorno do frete vazio. Com esse
'Uber de cargas', o caminhoneiro pode dispor de uma ferramenta interna de locar
essa carga vazia que ele teria ao chegar aqui e não ter o prejuízo do retorno
ou dividir com o contratante esse frete de retorno", diz o coordenador de
Infraestrutura da Fiec, explicando alguns efeitos positivos caso o projeto
sejam implementado no Brasil.
(Diário do Nordeste)
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