A indicação das vacinas no sistema público engloba apenas crianças e adolescentes até os 14 anos. FOTO: Fabiane de Paula |
No
ano passado, o Estado registrou 401
casos confirmados da doença, taxa de incidência de 4,5
casos por cada grupo de 100 mil habitantes, com 37 mortes. Classificando por
etiologia, as meningites não especificadas somaram 48,1% dos casos, segundo a
Sesa. As virais, por sua vez, totalizaram 26,7% das ocorrências e as
bacterianas - as formas mais graves da infecção - 19,5%.
Se
analisados os últimos nove anos, entre 2010 e 2018, quando foram confirmados
3.405 casos de meningites, a faixa etária mais acometida pela doença foi a
de 20 a 39
anos, com 28,3% dos casos, seguida de 40 a 59 anos, com 18,1% das
ocorrências. Apesar disso, é no período da infância que a preocupação é maior,
devendo os pais atentarem ao calendário de imunização, considerada a forma mais
efetiva de prevenção contra a enfermidade.
“O
problema das crianças é porque elas têm um sistema imunológico ainda em
formação, sendo mais suscetível um adoecimento de forma mais grave. Mas a
criança tem a sua vacinação garantida, prevista pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”,
destaca a supervisora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da
Saúde, Sarah Mendes.
Segundo
explica, todas as unidades públicas de saúde que ofertam serviço de imunização
devem conter as vacinas que protegem contra a meningite, seja ela a BCG, indicada para prevenir as
formas graves de tuberculose, tais como a meningite tuberculosa; a vacina Pneumocócica 10-valente –
indicada para prevenir contra infecções invasivas, dentre elas a meningite,
causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumonia; a Pentavalente, que
previne, dentre outras doenças bacterianas, a meningite por Haemophilus
influenzae tipo b; além da vacina Meningocócica
C (Meningo C), indicada para a prevenção da doença
sistêmica causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C, sorogrupo de
maior circulação no País.
Indicação
de vacinas
A
indicação das vacinas no sistema público, no entanto, engloba apenas crianças e adolescentes até os 14 anos,
considerados os grupos prioritários, pela maior possibilidade da doença evoluir
gravemente. O Ministério
da Saúde alerta para a necessidade de reforço das doses da
vacina meningocócica na adolescência, garantindo a proteção nessa fase da vida,
além de manter anticorpos protetores até a fase adulta.
“Todas
as vacinas estão disponíveis no SUS e não temos história de que seja descontinuado
o fornecimento. As que estão no sistema particular têm outros componentes, que
são mais específicos, mas que não são pertencentes a sorogrupos que são
circulantes endemicamente no Brasil”, comenta Sarah Mendes.
Além
da vacina, a supervisora da Sesa orienta quanto a cuidados que podem ajudar na
prevenção, como manter a higienização das mãos, espirrar utilizando sempre o
antebraço e evitar locais de grande aglomeração de pessoas. “Em geral em
períodos mais frios, como aqui no Estado quando está chovendo, as pessoas ficam
mais confinadas dentro de ambientes fechados. Isso pode propiciar a transmissão
da doença, caso tenha alguém que esteja com a bactéria. O que a gente recomenda
ao surgimento dos primeiros sintomas, como aquela cefaleia bem intensa,
vômitos, é procurar imediatamente o serviço de saude para identificar”.
A
doença meningocócica é a de maior relevância pela sua gravidade e potencial
para causar epidemias. No Brasil, ela é endêmica e não possui sazonalidade
específica, com a incidência de casos ao longo de todo o ano. Febre, cefaleia intensa, vômitos em jato, rigidez de nuca, convulsões e manchas vermelhas no corpo
estão entre os sintomas. (Diário do
Nordeste)
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