FOTO: Deivyson Teixeira |
Contudo,
embora o dado puxe o Ceará para o topo do ranking dos estados do Nordeste com
mais indenizações pagas pelo Dpvat, a situação regional já foi excessivamente
pior. Há cinco anos, em 2014, 74.741 ressarcimentos foram pagos, também, por invalidez
permanente.
Brusca,
a queda de 75,7% no número de indenizações provocadas por essa motivação não
tem uma só justificativa. Arthur Froes, superintendente de Operações da Líder,
atribui, por exemplo, ao endurecimento da legislação de trânsito no que diz
respeito ao aumento da quantidade de radares eletrônicos de velocidade
instalados no Brasil e à obrigatoriedade de equipamentos e dispositivos de
segurança como capacete, airbag (bolsa inflável que reduz o impacto de uma
colisão) e freios ABS. Não descartou a influência da recessão econômica.
Arthur
comentou, também, que as sequelas mais comuns informadas pelos solicitantes do
seguro são lesões nos membros inferiores e superiores e traumatismos
cranioencefálicos. "A maioria (das ocorrências graves) atinge as pernas,
que é o primeiro ponto de impacto quando um motociclista cai, quando um
pedestre é atingido ou quando se está sentado no carro".
Renato
Campestrini, gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária,
lembra, ainda, que, desde 2014, a Lei Seca tornou a fiscalização mais
intolerante e a penalidade mais cara para quem dirige tendo consumido qualquer
quantidade de álcool. Mesmo assim, o especialista ressaltou que ocorrências de
trânsito geram no País um impacto financeiro negativo de pelo menos R$ 52
bilhões ao ano. Além de que "pessoas sequeladas têm condições de vida
alteradas" e algumas vão precisar, também, de recursos da Previdência.
Junto
às mudanças de comportamento provocadas pela lei e na contramão do crescimento
da frota de veículos no Ceará, as ocorrências de trânsito, de fato, caíram 28%
entre 2014 e 2018, saindo de 3.523 ocorrências para 2.571, segundo estatísticas
da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) compiladas pelo Departamento Estadual de
Trânsito (Detran-CE). Relativas a mortos e feridos, as quedas foram,
respectivamente, de 36% e 24%.
(O Povo)
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