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As colheitas de feijão foram as mais prejudicadas devido
a dua
alta sensibilidade à umidade. FOTO: Alex Pimentel
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Após
sete anos de seca, os produtores do Estado voltaram a ver seus rendimentos
reduzidos e até colheitas perdidas por conta do excesso de umidade. É o que
revela o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho
elaborado pela Reunião Técnica Agropecuária do Ceará (Reagro) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Com
as perdas, a projeção para a safra de grãos deste ano caiu 4,24% ante a
expectativa de maio. Apesar disso, o volume ainda é 37,8% maior que o de 2018.
Segundo a coordenadora da Reagro, Regina Feitosa, o prognóstico atual prevê a
colheita de 663.745 toneladas (t) de grãos. No ano passado, foram 636.700 t.
“De 2012 a 2018, só tínhamos visto perdas por falta de água”.
Ela
aponta que os municípios do noroeste do Estado foram os mais atingidos pelas
chuvas. “A Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos) já
havia dito que iria chover mais nessa região do que no sudeste do Ceará. A
previsão está se confirmando”, aponta. A quadra chuvosa cearense ficou em torno
da média histórica, tendo chovido 676,3 milímetros (mm) de fevereiro a maio,
segundo dados da Funceme.
Colheitas
afetadas
O
feijão foi o mais prejudicado com o excesso de chuvas. O rendimento do milho
também foi afetado, mas em menor escala. “O feijão e o milho são os grãos de
maior representatividade no Ceará. Eles são plantados em todos os municípios. O
feijão tem uma alta sensibilidade à umidade, então tem sofrido bastante. Já o
milho é mais resistente”.
Segundo
a coordenadora, como os produtores locais já estavam acostumados à estiagem,
criaram o costume de plantar em áreas mais baixas, onde a umidade é maior.
“Esse ano eles repetiram essa prática, mas choveu bastante e alguns tiveram
queda nos rendimentos e até encharcamentos”, revela.
A
área plantada no Estado sofreu uma redução, também em decorrências das chuvas.
“Algumas localidades ficaram inundadas e os produtores tiveram dificuldades em
trabalhar com os tratores”, aponta. A combinação entre umidade e calor
favoreceu a proliferação de patógenos, como fungos, lagartas, entre outros,
fator que ajudou na queda de rendimentos dos grãos. (Diário do Nordeste)
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