A
medalha de bronze que o cearense Raúl Basílides Gómez, de 17 anos, trouxe da
13ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA, na sigla em
inglês), na Hungria, junto com os companheiros de equipe, Giovanna Girotto, 16,
e Luã de Souza Santos, 17, ambos de São Paulo, vai para a sua “mini” coleção
olímpica. Além da medalha, os membros da equipe brasileira, Bruna Junqueira de
Almeida, 16, e Lucas Shoji, 16 anos, receberam menções honrosas. Na Hungria, a
maratona envolveu provas teóricas, práticas e de análise de dados.
“Tenho
três ouros na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), um
bronze na Olimpíada Brasileira de Física (OBF), e um bronze na Olimpíada
Nacional em História do Brasil (ONHB)”, conta Raúl.
Aluno
do último ano do ensino médio, o cearense relata que seu primeiro contato com a
astronomia foi ainda no oitavo ano do ensino fundamental II, com ajuda do seu
então professor, Vitor.
“Ele
passava algumas questões, algumas dinâmicas. Só eu gostava e estudava
astronomia, praticamente. É algo que eu sou fascinado e foi o que me levou a
procurar o Seara da Ciência, projeto de extensão da Universidade Federal do
Ceará (UFC), onde conheci muita gente que se interessa por essa área, assim
como eu”, explica.
Suporte
No
nono ano, quando obteve mais suporte, “o professor de astronomia, Heliomárzio
Rodrigues, levava o telescópio para o estacionamento da escola e ficava vendo,
junto com a turma, as estrelas, os planetas e o sol”.
Depois,
no primeiro ano do ensino médio, em 2017, o cearense passou de fase, pela
primeira vez, na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), mas
não conseguiu ir tão longe quanto gostaria. “Fiquei um pouco desestimulado,
porém, no ano seguinte, estudando para a [Olimpíada] Brasileira de Física (OBF),
eu continuei tentando a OBA”, diz.
Raúl
estudava astronomia boa parte do dia, resolvendo listas de questões e lendo
livros, além de receber apoio dos professores. “Eu tinha muito medo de não
conseguir, me achava atrasado”, explica. Segundo o professor de astronomia
Heliomárzio Rodrigues, “por sua pontuação na OBA, ele [Raúl] foi convidado a
participar das seletivas online para a escolha dos representantes do Brasil,
quando intensificamos os seus treinamentos com telescópios, aulas
observacionais e teóricas. Logo ele passou para a fase presencial em Barra do
Piraí, Rio de Janeiro”, esclarece.
Preparação
Já
em uma nova escola, Raúl teve preparação intensiva de três semanas de aulas
pela manhã para a fase presencial. “Foi pouco tempo. Estudei trigonometria esférica,
fotometria, mecânica celeste, além de me aprofundar nas questões. Minhas aulas
‘normais’ eram à tarde”, fala.
De
200 pessoas que foram à Barra do Piraí, 30 foram selecionados e depois dez, dos
quais iriam compor as equipes para representar o Brasil nas Olimpíadas
Latino-americano e a Internacional, na Hungria.
Na
segunda e terceira fases de treinamentos, já em Vinhedo, São Paulo, Raúl teve
aulas com professores da Universidade de São Paulo (USP) e astrônomos da
Sociedade Brasileira de Astronomia (SAB). “Foi incrível. Engrandecedor. Ainda
conheci os meus colegas que iriam para a Hungria”, fala. (G1 CE)
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