![]() |
FOTO: Patrícia Silva |
Anualmente,
a romaria acontece no Sítio Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, em Crato, e
reúne diversas caravanas vindas de diversos lugares da diocese. O objetivo é
buscar através da memória do Beato José Lourenço, fortalecer a atuação dos
movimentos sociais.
O
CALDEIRÃO:
TRABALHO, IGUALDADE E RELIGIÃO
O
Caldeirão foi uma comunidade liderada pelo Beato José Lourenço, brutalmente
reprimida pelas forças militares em 1937, por carregar ideais de uma sociedade
mais justa e humanitária. Na comunidade, tudo era de todos e, por essas e
outras características, tornou-se exemplo para discutir questões sociais de
projetos voltados hoje para a vivência com o semiárido.
A
comunidade do Caldeirão de Santa Cruz chegou a ter mais de mil moradores e
recebeu vítimas da seca de 1932 que havia se perpetuado no Nordeste. Os romeiros
e imigrantes que viviam no Caldeirão, trabalhavam coletivamente e dividiam o
lucro. A forma como a comunidade se organizava foi vista como uma ameaça às
forças latifundiárias que predominavam no país.
Após
a primeira ação de extermínio da história do Exército Brasileiro e da Polícia
Militar do Estado do Ceará, através de um grande massacre, centenas de pessoas
foram mortas. Até hoje, os corpos não foram encontrados e não existe um
documento oficial que registre o acontecimento.
MEMÓRIAS
DO CALDEIRÃO NAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS E VISUAIS
Os
familiares e descendentes das vítimas do massacre nunca souberam onde
encontram-se os corpos. No entanto, a memória dos que ficaram – e dos que
vieram – é uma voz incessante, que vem à tona pelo testemunho da oralidade.
Prova
disso é o produto final da dissertação da agora mestra em Comunicação, Kelsma
Gomes. A partir de relatos dos remanescentes do Caldeirão da Santa Cruz, das
memórias que o tempo não apagou, foi construído um grafite para ocupar uma das
paredes da Universidade Federal do Cariri – UFCA.
Além
das vozes dos remanescentes e das mãos de Kelsma, o grafite teve a participação
dos integrantes do LIMBO – Laboratório de Imagem e Estéticas Comunicacionais
da UFCA, e de artesãos/artistas que fizeram a xilogravura
(Abraão Batista) e o grafite (Fabiano Dias, Pacato Dias e Adriano Barros).
O
massacre que aconteceu naquela época é negado politicamente até hoje. Foi um
dos objetivos da pesquisa de Kelsma não permitir que se apague a memória dessa
história, ocupando espaços públicos de visibilidade.
PROGRAMAÇÃO
DA ROMARIA 2019
A
programação contará com um momento de acolhida às 7h30, seguido da celebração
da Santa Missa, às 8h.
(Fonte:
Site Foopost)
Postar um comentário