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FOTO: Sergio LIMA - AFP |
O
jornal O Estado de S. Paulo, por exemplo, revelou o caso de Claudionor Gerbatim
de Lima e Márcio da Silva Gerbatim. Eles são parentes de Fabrício Queiroz, pivô
da investigação envolvendo Flávio e seu antigo gabinete na
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que está suspensa por decisão do
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os Gerbatim também
trabalharam no gabinete de Carlos na Câmara e não têm registros de frequência.
Confirmada
pelo Estado, a informação sobre a instauração dos procedimentos abertos pelo
Ministério Público estadual foi revelada pela revista Época. As investigações,
que estão sob sigilo, correm em duas esferas: a criminal, que está nas
mãos do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, com auxílio do Grupo de
Atribuição Originária Criminal (Gaocrim); e a cível, na qual se verifica se
houve improbidade administrativa.
As
investigações contra Flávio Bolsonaro, que apuram as práticas de peculato,
lavagem de dinheiro e organização criminosa, estão suspensas por terem usado
informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
sem autorização judicial prévia. Dias Toffoli suspendeu provisoriamente
todos os casos enquadrados nesse perfil.
Esses
procedimentos contra Carlos, contudo, não têm relação com dados de
movimentações financeiras fornecidos por órgãos de controle - e, portanto,
podem ser tocados normalmente pelo Ministério Público. Procurado para comentar
o caso, o vereador não foi localizado. Ele pediu licença da Câmara nesta
terça-feira, 10, para tratar de assuntos particulares.
Quando
a Justiça autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio e de
outras 85 pessoas e nove empresas ligadas a ele, verificou-se que várias delas
também haviam trabalhado com o presidente Jair Bolsonaro e com Carlos
- inclusive no período considerado pela quebra de sigilo, entre janeiro de
2007 a dezembro de 2018. No entanto, se o MP estadual encontrasse alguma
irregularidade relacionada a Jair Bolsonaro, o caso teria que ser remetido
à Procuradoria-Geral da República.
Câmara
do Rio muda padrão de resposta via Lei de Acesso à Informação
Muitos
dos casos revelados pela imprensa sobre supostos funcionários fantasmas,
incluindo o dos dois ex-assessores ligados a Queiroz no gabinete de Carlos
Bolsonaro, foram descobertos por meio da Lei de Acesso à Informação. A Câmara
do Rio, no entanto, mudou o padrão de resposta a esse tipo de solicitação
- sobre emissão de crachás e registros de entrada na Casa - depois que as
reportagens foram publicadas.
Quando
o Estado revelou que os Gerbatim não tinham emitido crachá ou entrado como
visitantes na Câmara, o órgão respondeu com uma tabela elucidativa, na qual
constavam claramente as informações solicitadas. Informou ainda,
quando procurada via assessoria de imprensa, que essas eram as únicas
formas de um servidor comprovar frequência.
Depois,
porém, em outro pedido parecido, a Câmara mudou seu posicionamento. Informou
que os crachás não funcionam como comprovantes de frequência e alegou não ter
informações sobre os registros de acesso à Casa. Finalizou a
resposta dizendo que a frequência é atestada pelas Folhas de
Frequência Mensal - que, no caso de funcionários de gabinetes de vereadores,
são assinadas pelos próprios parlamentares. (Estadão)
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