O
Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que a cada 100 mil homens do Ceará,
10,45 tenham câncer de intestino, também conhecido como do cólon e reto. A taxa
coloca o Estado na primeira posição em casos da enfermidade nas regiões Norte e
Nordeste. Entre as Unidades da Federação, São Paulo tem a maior incidência do
Brasil, com 27,11 casos para cada 100 mil indivíduos do sexo masculino. Os
dados são de 2018.
Rio
Grande do Norte (10,10) e Pernambuco (10,01) estão logo atrás do Ceará com as
maiores quantidades para cada mil habitantes nortistas e nordestinos. Atrás do
estado com a maior incidência do País entre homens, São Paulo, estão Rio de
Janeiro e Mato Grosso do Sul, com 23,99 e 23,94.
As
mulheres do Ceará figuram na terceira maior incidência do Norte e Nordeste. De
acordo com o Inca, a taxa estimada é de 9,70 casos para cada 100 mil
habitantes. Elas ficam atrás de outros dois estados nordestinos. Pernambuco e
Sergipe, com índices de 11,21 e 10,39, respectivamente. São Paulo também lidera
como o estado brasileiro de maior acometimento da doença entre as mulheres, com
21,66 casos para cada 100 mil. Logo em seguida vem Rio de Janeiro (19,90) e Rio
Grande do Sul (18,87).
Todos
esses dados, assim como prevenção da doença, sintomas e tratamentos, estão
sendo discutidos no 68º Congresso Brasileiro de Coloproctologia, que começou
nesta quarta-feira, 18, e vai até sábado, 21, em Fortaleza. O evento reúne mais
de 1,4 mil profissionais da área de todo o País, além de convidados dos Estados
Unidos, Itália, Tailândia, Argentina e Dubai.
Alerta
de especialistas
Com
muitos casos de câncer do intestino assintomáticos, a recomendação é que a
população, principalmente a partir dos 50 anos, procure um especialista para a
realização de exames, como colonoscopia. Através dele, o médico consegue
examinar todo o intestino grosso, procurando detectar e remover lesões
pré-malignas, que antecedem o surgimento do câncer, chamadas de pólipos retais.
Em
caso de dano pólipo, o profissional deve informar quando deve ocorrer o próximo
exame a depender do número, tamanho e tipo do pólipo removido do intestino. “Os
pólipos são pequenas lesões que aparecem dentro da mucosa intestinal que
antecedem o câncer cólon e reto em 5 a 8 anos”, específica Robert Bringel,
presidente da Sociedade Cearense de Coloproctologia. Segundo o especialista, é
fácil de prevenir quando detectado. “Em 90% dos casos, ele não começa câncer,
inicia como pólipo. Câncer de intestino é modelo de (caso que pode ter)
prevenção devido à facilidade de identificação”, salienta.
A
orientação também se estende para aqueles acima dos 40 anos com histórico
familiar da enfermidade. Os que foram acometidos por outros tipos de câncer
também precisam ir a um médico.
Stela
Regadas, presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), também
presente no congresso de coloproctologia, demonstra ainda preocupação com o
aumento de casos entre os mais jovens. "Nós estamos atentos a essa
população. Pesquisas recentes demonstram que está havendo incidência maior de
câncer também em pacientes mais novos." Em todo o País, a enfermidade é a
terceiro tipo de câncer mais recorrente no sexo masculino, e o segundo na
mulher brasileira. Neste mês de setembro "verde", como dominam os
especialistas da área, a SBCP divulga campanha que visa à conscientização dos
brasileiros sobre a enfermidade.
Prevenção
primária
A
prevenção primária é uma ação que precisa ser revista e melhor trabalhada entre
a população, segundo avaliação de Robert. Ele destaca a necessidade da revisão
de fatores que podem potencializar a apresentação do câncer de cólon e reto. O
profissional lista, principalmente, os maus hábitos alimentares. Tais como:
comer muita carne processada, ingerir poucos vegetais e hortaliças. Além disso,
há a questão do sedentarismo, obesidade e o consumo excessivo de álcool e
cigarro. “Esses fatores a gente pode evitar com a prática de exercício e boa
alimentação. Tendo o estilo de vida mais saudável, você consegue diminuir o
risco de desenvolver a doença”, pontua o especialista. (O Povo)
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