Ceará tem ônibus e carros incendiados em onda de ataque que
ocorre desde o dia 20 de setembro. FOTO: TV Verdes Mares
Mais cem presos ligados a facções criminosas serão transferidos de unidades dentro do sistema penitenciário cearense nesta quinta-feira (26), em decorrência da onda de ataques que atinge o Ceará há sete dias. O número de transferências se soma aos 150 detentos remanejados nesta quarta-feira, além de outros 257 internos no começo da semana, o que totaliza 507 presos realocados desde o início dos atentados.

Ao todo, o estado já contabiliza 85 ataques em Fortaleza, Região Metropolitana e cidades do interior. As ações tiveram início no dia 20 de setembro. Segundo o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, a onda de violência é uma reação de detentos que querem a volta de "regalias" nos presídios do estado. Até o momento, a polícia capturou 74 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos.

A transferência dos internos, conforme o secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, busca isolar os chefes de um grupo criminoso que coordena as ações criminosas sofridas no Ceará.

"De ontem para hoje foram 150 presos [transferidos]. Hoje devemos movimentar mais 100 detentos do interior que estão diretamente ligados ao grupo que tem enfrentado o Estado. É o trabalho de inteligência intensificado e posto em prática", afirmou o secretário.

Fim das 'regalias'
Segundo o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, detentos querem a volta de "regalias" nos presídios do estado.

"Tem um pequeno grupo de detentos trabalhando pra um grupo criminoso especificamente e eles estão revoltados, querem o retorno das regalias, querem que volte a ter visita íntima, querem que volte a ter tomada em cela. Por conta disso, eles estão incomodados, estão fazendo essas ações nas ruas, pessoas ligadas a eles. Essa é a motivação".

Além das transferências entre unidades do sistema penitenciário do Ceará, dez chefes de facção criminosa suspeitos de ordenar ataques no Ceará deverão ser transferidos para presídios federais. A data das transferências e os locais para onde os detentos serão levados ainda não foram divulgados pelo governo.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) já havia disponibilizado, na terça-feira (24), vagas no Sistema Penitenciário Federal para esses internos que devem ser transferidos, apontados como chefes da facção.

Ordens partiram de presídios
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal realizou uma operação para cumprir mandados de prisão contra chefes de facções criminosas que ordenaram e executaram os ataques no Ceará. Os mandados foram cumpridos contra contra suspeitos do Ceará e de Pernambuco, onde foi preso um homem de 45 anos, natural de Umbuzeiro (PB), integrante e fundador da facção criminosa responsável pelos ataques.

Segundo o coordenador da Operação Torre, o delegado Elanio de Oliveira Júnior, o principal alvo da operação cometeu crimes em 2013 e seu principal alvo eram agências bancárias. Ele também estaria no comando nos ataques ocorridos em abril de 2019 e que a polícia não descarta o seu envolvimento nos ataques atuais no Estado.

De acordo com as investigações, as ações criminosas foram praticadas sob determinação de chefes de facção que cumprem pena em presídios. As ordens eram planejadas por eles e executadas por outros integrantes da mesma organização criminosa que se encontravam em liberdade.                  (G1 CE)

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