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Bloco percorre ruas da cidade de Barbalha. FOTO: Antonio Rodrigues |
A ideia surgiu em 1996, quando este grupo de jovens se via na terça-feira ociosa de carnaval, aguardando o desfile das escolas de samba campeãs do município, atração do último dia de festa, mas que acontece só à noite. Para preencher essa 'lacuna', se vestiram com sacola de açúcar e desceram as ladeiras de Barbalha sem nenhuma pretensão, cantando marchinhas tradicionais.
Hoje, 'Os Goteiras' reúne cerca de 300 pessoas do bairro do Rosário e aglomera outras dezenas pelas ruas do Centro da cidade. Comandado pelo frevo, o grupo possui mais 18 marchinhas originais que já caíram na boca do povo.
Presidente e um dos fundadores do bloco, Israel Wagner explica que o “goteira”, na gíria popular barbalhense, é aquela pessoa que bebe de graça. "Aquele camarada que anda de bar em bar, pedindo uma dose, aperreando as pessoas para tomar uma cachaça. Toda cidade tem goteira", enfatiza.
A marchinha inaugural do bloco foi criada pelo boêmio e figura emblemática do carnaval barbalhense Francisco Pereira de Oliveira, o popular Fanequim – um dos fundadores da escola de samba Unidos do Morro, representante do bairro do Rosário. A música homenageia um morador da comunidade que gritava como o personagem Tarzan, quando acordava. "Tudo isso acontece porque o bairro do Rosário é o corredor cultural. Aqui estão os grandes ritmistas, músicos, sambistas do Cariri", ressalta o mecânico Nilo Júnior, presidente da Unidos do Morro.
Artista plástico responsável pela confecção dos bonecos, Cícero de Rex conta que a fabricação, no início, acontecia de forma artesanal. "Aí depois fomos nos aperfeiçoando. Houve uma oficina aqui em Barbalha. O trabalho ficou mais fácil, mais caricaturado", acredita. Todo ano, um morador do bairro do Rosário é homenageado. Neste 2020, a escolhida foi dona Márcia, antiga vendedora de doces. Chacrinha também foi lembrado. Os outros dois representavam os foliões.
(Diário do Nordeste)
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