FOTO: Douglas Souza
Na contramão do que vem ocorrendo na grande maioria das regiões do Estado, com diminuição na oferta de leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 devido a queda na curva de contágio, a microrregião de Iguatu ampliou os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 20 para 30 no começo deste mês diante no aumento dos casos confirmados do novo coronavírus.

Há exatos quatro meses, em 3 de maio, Iguatu registrava 102 diagnósticos positivos da Covid-19 e oito óbitos. Ontem, eram 2.666 pacientes confirmados com a doença e 69 mortes. No período de 120 dias houve um aumento de 2.513% no número de casos e de 762.5% no número de óbitos. 

“Os dados revelam a necessidade que Iguatu tinha de ter mais leitos de UTI porque quase sempre o sistema estava com 100% de ocupação”, pontuou a presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), Sayonara Moura. 

Evolução: 
3 de maio - 102 casos confirmados e oito óbitos 
3 de junho - 493 diagnósticos positivos e 18 mortes 
3 de julho - 1.526 casos positivos e 33 mortes 
3 de agosto - 2.286 confirmações e 52 óbitos 
3 de setembro - 2.666 diagnósticos confirmados e 69 mortes. 

Mesmo com ampliação da oferta, a taxa de ocupação ainda inspira atenção. De acordo com dados da Secretaria da Saúde de Iguatu, divulgados na noite desta quarta-feira (2), 22 dos 30 leitos de UTI estavam ocupados, o que representa taxa de 73,3%. Os pacientes internados nas UTIs são oriundos de Iguatu (8), Quixelô (4), Cedro (2), Cariús (2), Mombaça, Acopiara, Jucás, Várzea Alegre, Piquet Carneiro e Irapuan Pinheiro (1) em cada cidade. 

O assessor da Secretaria da Saúde de Iguatu, Rafael Rufino, pontuou que “os números mostram a necessidade de maior oferta de leitos já que eles continuam crescendo, embora de forma desacelerada”. Atualmente, Iguatu tem 30 leitos de UTI sendo 10 instalados no Hospital Regional de Iguatu, igual número no Hospital São Vicente e outros 10 no Hospital e Maternidade Agenor Araújo.

Melhoria 
O médico cardiologista Clécio Barbosa, que há mais de 20 anos atende em Iguatu, lembrou que antes da pandemia não havia nenhum leito de UTI credenciado pelo SUS. “Tivemos que transferir muitos pacientes graves, alguns não resistiram e morreram no deslocamento”, recordou. 

“Agora com esses 30 leitos o quadro mudou totalmente e esperamos que fique o legado, que não sejam desativados, no pós-pandemia”. 

A diretora do Hospital e Maternidade Agenor Araújo, Edeiza Ataliba, pontua que a luta agora do hospital é conseguir o processo de habilitação na Secretaria da Saúde do Estado e no Ministério da Saúde. “Essa habilitação no âmbito estadual e federal é importante porque vai assegurar os recursos necessários para mantermos os leitos de UTI funcionando, que têm despesas muito elevadas”, explicou.                                      (Diário do Nordeste)

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