Um homem de 61 anos com linfoma de hodgkin, câncer no sistema linfático, teve remissão da doença após ser infectado pelo novo coronavírus. O caso foi publicado pelo Britsh Journal of Haematology, periódico médico do Reino Unido, em 2 de janeiro.
O estudo é comandado pelos pesquisadores Sarah Challenor e David Tucker. O paciente, que não teve a identidade relevada, não pode ser considerado curado, mas teve redução significativa do câncer.
Conforme o periódico, em seu primeiro diagnósticos, o paciente estava em estágio progressivo do linfoma e recebia hemodiálise. Ele chegou a passar três anos sem terapia imunossupressora, após uma tentativa de transplante renal fracassar.
Em 2020, foi diagnosticado novamente com estágio três da doença e a biópsia de um nódulo indicou altos índices do vírus Epstein-Barr, que causa o desenvolvimento do linfoma. Logo após o diagnóstico, ele foi hospitalizado com faltar de ar, pneumonia e tosse e testou positivo para a Covid-19.
O homem passou 11 dias internado e recebeu alta para se recuperar em casa. Quatro meses depois, a avaliação médica indicou que o linfoma havia reduzido e exames revelaram resolução generalizada da linfadenopatia.
A quantidade do vírus Epstein-Barr reduziu de 4.800 cópias/mL para 413 cópias/mL.
De acordo com o periódico, a hipótese dos médicos é que o coronavírus estimulou uma resposta imune contra o tumor. Durante o tratamento contra a Covid-19, ele não recebeu imunoterapia ou corticoides, indicados para o tratamento do linfoma.
O mecanismo de defesa desencadeado inclui a reatividade de células T - com funções imunológicas antivirais - contra o linfoma e a ativação de antígenos e células assassinadas, produzidas em resposta à infecção.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o linfoma de Hodgkin surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se.
Com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax denominada mediastino.
(Fonte: Diário do Nordeste)
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