Empresários e moradores dos municípios do polo gesseiro de Pernambuco, no Sertão do Araripe, voltaram a protestar contra o abandono da estrada que liga os municípios de Araripina e Salitre, na região do Cariri cearense. Pedem a pavimentação da rodovia PE-700, estrada que há mais de 40 anos é vicinal (de terra), e que nas épocas de chuva fica praticamente submersa. Atualmente está assim. São apenas 16 quilômetros intrafegáveis entre as duas cidades.

Um vídeo feito pelo empresário sertanejo Antônio Souza, presidente do Grupo Ferreira Souza, mostra as absurdas condições da rodovia estadual. É possível ver o que mais parece um mar de lama. Veículos pequenos, por exemplo, já não conseguem passar, apenas os grandes e com bom sistema de tração. Muitos atolam, inclusive.


Os empresários e moradores alegam que a ausência de trafegabilidade da estrada impede o comércio entre as cidades, compromete as entregas do polo gesseiro, e coloca em risco a segurança de estudantes da região. Pelo menos dez mil pessoas têm sido prejudicadas diretamente. Sem a ligação segura, é preciso fazer um contorno pela cidade de Marcolândia, no Piauí, que compreende 160 quilômetros a mais.

“A região sofre com essa situação há mais de 40 anos, apesar de o gesso do Araripe ter construído o Brasil. As cidades de Araripina, Ouricuri, Trindade e Ipubi representam o maior polo mundial de produção de gesso: 40% do gesso do mundo e 97% do Brasil vêm daqui. E não recebemos nada de volta. Não temos sequer a infraestrutura necessária para mover toda essa economia, que seria o básico. Não temos também apoio tributário, nada. Por isso estamos apelando novamente ao governo de Pernambuco para que construa a PE-700. Com ela, poderíamos trazer mais investidores para a região”, afirma o empresário. Antônio Souza está, inclusive, viabilizando a construção de um centro de desenvolvimento de pesquisa e montagem de carros elétricos em Araripina.

Pelo menos desde 2016 o setor econômico da região luta pela pavimentação da estrada, que nunca esteve tão ruim, segundo Antônio Souza. “A situação da rodovia e a necessidade de pavimentá-la é conhecida de todos. O governo de Pernambuco e até mesmo o governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), têm informações sobre as condições da estrada. Já apelamos a todos”, diz o empresário. Além do polo gesseiro, a região do Araripe é expressiva na mandiocultura, apicultura e caprinocultura.

AÇÕES
Por nota, o governo de Pernambuco informou que ainda no primeiro semestre de 2021 estará realizando ações de terraplanagem na via, o que dará condições de trafegabilidade. Mas que, por enquanto, não há qualquer previsão para torná-la pavimentada. Explicou também que a PE-700 é uma VPE, ou seja, uma estrada vicinal, que são vias não pavimentadas, geralmente municipais, usadas como conexão entre as áreas rurais e os centros urbanos.

Fonte: Jornal do Commercio

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