Dependente de outros estados para o abastecimento, Ceará deve ter aumento de preços em alguns produtos após frente fria. Foto: José Leomar

A recente frente fria que atingiu principalmente as regiões Sul e Sudeste do Brasil tem prejudicado colheitas e deve ocasionar aumento de preços em alguns produtos alimentícios no Ceará, entre eles o pimentão, a batata-inglesa e carnes em geral.

A previsão é do analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão. Segundo ele, alguns desses itens já começam a ter reflexo nos preços de comercialização.

"Nós temos produtos afetados pelo frio e geadas cultivados em Minas Gerais e em São Paulo que chegam no Ceará. O pimentão, por exemplo, já está com o preço acelerado, muito alto, assim como a batata-inglesa", afirma.

Ele explica que a colheita da batata teve de ser antecipada para que não houvesse mais prejuízos com as geadas, o que comprometeu a produtividade do item, reduzindo a sua disponibilidade no mercado. O quilo desse produto, segundo Girão, já passou de R$ 2 para R$ 3,20.

O abacate é um terceiro item que já sente o impacto desse evento climático. Produzido no Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, a fruta não é adaptada ao frio. "Essa frente fria atinge os pomares e eles ficam escuros. O preço dele já alcançou R$ 6,30 essa semana", revela o analista de mercado.

GRÃOS E CARNES
As carnes em geral já vinham registrando fortes altas, elevações que podem se intensificar nos próximos meses. Isso pode acontecer porque a frente fria também causou prejuízos nas colheitas do milho e soja, grãos que são a base da ração animal, bovina, suína e de aves.

"O milho e a soja produzidas no Sul e Centro-Oeste foram afetados. Houve uma queda nas colheitas e isso deve gerar uma forte aceleração dos insumos para animais. Esse impacto vai ser sentido um pouco mais pra frente e deve somar ao cenário de alta das commodities que já vinha pressionando os preços da carne", explica Girão.

O café, cultivado em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, também deve sofrer reajustes nos próximos meses em função das recentes geadas. Segundo o analista de mercado, as cerca de 20% a 30% dessas colheitas foram comprometidas, tendo em vista que o grão é muito sensível ao frio.

"Ainda não temos aumento, porque ele ainda vai ser colhido e industrializado. Mas logo, logo isso deve se refletir no mercado de todo o Nordeste", alerta.

Fonte: Diário do Nordeste

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