Maria Izolda Cela de Arruda Coelho (PDT) tem 61 anos e vai ser a primeira mulher a assumir o comando do Governo do Estado do Ceará efetivamente. Ela toma posse na tarde deste sábado (2), com a saída de Camilo Santana (PT), para concorrer nas eleições de outubro deste ano. O prazo de desincompatibilização para governadores é até seis meses antes do pleito.

Izolda é professora e psicóloga, formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Ela foi eleita como vice-governadora na chapa com Camilo em 2014 e reeleita em 2018. Desde então, ela atua em funções executivas no acompanhamento e no apoio a políticas sociais implementadas pelo governo.

A pedetista coordena programas voltados à prevenção da violência, como o Pacto por um Ceará Pacífico e o Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio), além do Projeto Virando o Jogo, com foco em jovens de 15 a 19 anos que não estudam ou trabalham.

A nova governadora é mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem especialização em Gestão Pública pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). É casada com o ex-prefeito de Sobral Veveu Arruda (PT), com quem tem quatro filhos.

A carreira política de Izolda Cela começou em Sobral, no interior do Ceará. Em 2001, ela foi convidada pelo então prefeito e atual senador pelo estado, Cid Gomes (PDT), para ocupar o cargo de secretária-adjunta de educação. Após a término do mandato de Cid, o aliado Leônidas Cristino (PDT) foi eleito e convidou a professora para assumir a chefia da Educação do município, cuja função foi exercida até 2006.

Cid Gomes, então, venceu as eleições para governador do estado nesse ano e convidou Izolda para comandar a Secretaria da Educação do Ceará (Seduc). Ela ocupou o cargo entre 2007 e abril de 2014, quando saiu para concorrer à chefia do executivo estadual na chapa com Camilo Santana.

Projeto principal
Durante a atuação de Izolda à frente da Seduc, deu-se início a transformação do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic) em política pública no governo do Ceará, ainda em 2007. O projeto nasceu como uma cooperação entre estado e municípios com o objetivo de alfabetizar alunos da rede pública de ensino até o fim do 2º ano do ensino fundamental.

O Paic serviu como base para a construção do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), em 2013, tocado pelo Ministério da Educação (MEC). O programa nacional é um compromisso formal assumido pelos governos estaduais, municipais, do Distrito Federal e a União. A meta é alfabetizar todas as crianças com até os oito anos de idade ao final do 3º ano do ensino fundamental.

Em 2011, com Izolda ainda na gestão da educação, o governo lançou o Mais Paic, uma ampliação do programa original, cujo objetivo foi estender as ações para turmas da Educação Infantil e para alunos até o 5º ano do ensino fundamental. Desta forma, o estado deu mais apoio às gestões municipais e à formação dos professores em Língua Portuguesa e Matemática.

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros, chilenos e franceses mostrou que o Paic reduziu desigualdades e aumentou o nível de aprendizagem estudantil. Quando o programa foi instituído, em 2007, apenas 39,9% dos estudantes terminavam o 2º ano do ensino fundamental sabendo ler e escrever. Em 2019, esse índice chegou a 92,7%.

Pré-candidata ao governo
Izolda é uma das quatro pré-candidatas do PDT para concorrer ao governo do estado nas eleições deste ano. Ao lado dela estão o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio; o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão; e o deputado federal Mauro Filho.

A legenda ainda não definiu quem será lançado ao Palácio da Abolição, mas a decisão passa por uma costura com os partidos da base aliada, especialmente o PT de Camilo Santana.

Fonte: g1 CE

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