29/08/2022

No Ceará, 517 recenseadores pediram rescisão de contrato durante as atividades para realização do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, mais de 6,5 mil pessoas desistiram da função em todo o país.

O órgão abriu nova seleção de vagas temporárias para recenseador e agente censitário, com mais de 6,7 mil vagas. No estado, a seleção conta com 65 vagas divididas entre 19 municípios. No entanto, as vagas não necessariamente representam o número de pessoas desistentes.

Conforme o superintendente do órgão, Francisco Lopes, o número de desistentes representa uma quantidade já estimada pela instituição antes do início dos trabalhos de pesquisa. Em razão disso, foi feita uma reserva já pensada para o caso de rescisões contratuais entre os 7.348 recenseadores a atuarem no estado.

"Essas 65 [vagas] é porque a gente precisa ter um quadro de reservas para o caso de desistências, e, em vários municípios, a gente tava com quadro bem pequeno de reserva", explicou. "É uma forma de termos um quadro para emergências que podem acontecer nos municípios."

O superintendente afirmou que todas as 517 pessoas que desistiram já foram cobertas por novos recenseadores. As pessoas aprovadas na nova seleção serão treinadas e convocadas para a função posteriormente. Ainda de acordo com ele, o Censo Demográfico deve ocorrer normalmente, dentro do prazo previsto.

"No momento, continua o mesmo projeto. Estamos monitorando isso diariamente, então creio que lá para o final do Censo a gente vai ter uma posição melhor sobre qualquer alteração que for feita."

Motivos para desistência
Francisco Lopes afirmou que os motivos para as desistências são diversos, mas o principal deles é a não adaptação ao trabalho de campo — este seria diferente do imaginado por grande parte dos concorrentes ainda durante o processo seletivo.

"Uma boa parte pediu [rescisão] dessa forma. Por ir de casa em casa fazer entrevista e tal, alguns deles não se adaptam a esse sistema de trabalho", disse ele, apontando os deslocamentos e as abordagens com entrevistados como algumas dificuldades.

O superintendente acrescentou ainda outros motivos que independem do IBGE. Entre eles, estão a falta de segurança e a recepção negativa em parte dos domicílios pesquisados, que são tratadas como "questões da sociedade".

Ainda segundo o representante do órgão, outra parte dos desistentes pediu rescisão devido ao atrasado na ajuda de custo durante a etapa de treinamento. Os valores, pagos em cinco parcelas de R$ 40, totalizando R$ 200, já foram pagos.

"Já efetuamos o pagamento de mais de 6 mil recenseadores, então está tranquila, essa parte", afirmou, apontando, como motivo para o atraso, um erro no sistema. "Algumas pessoas, em decorrência disso, desistiram, dentro dessas 517 pessoas."

No entanto, Francisco Lopes ressaltou que o órgão já está fazendo o pagamento dos setores concluídos à medida que o andamento da pesquisa avança. "A maior parte está em campo, mas já tivemos 620 setores que foram concluídos e já fizemos também o pagamento desses setores."

"Os setores concluídos já foram integralmente pagos por toda a sua produção. Agora, à proporção em que forem concluindo os trabalhos e estiverem liberados para pagamento, novos pagamentos serão realizados", concluiu.

Fonte: g1 CE

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