O primeiro lote com 50 mil doses da vacina contra a monkeypox deve chegar em setembro no Brasil, conforme informação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A imunização será feita em profissionais da saúde e pessoas que tiveram contato com pacientes infectados com a doença conhecida como varíola dos macacos.

A declaração do ministro foi feita à TV Brasil e publicada pela Agência Brasil neste domingo (18 de setembro de 2022), mas não foi detalhada a data do recebimento. O laboratório dinamarquês Bavarian Nordic deve fornecer a doses após negociação com o Governo Federal e intermediação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

“Estudos já mostram que uma dose dessa pode ser fracionada em cinco doses. Então nós podemos beneficiar um número maior de pessoas. A princípio são aqueles que têm contato com o material contaminado”, acrescentou Queiroga.

O anúncio acontece no momento em que o País já notificou 6.869 casos confirmados da doença e 5.747 suspeitas, conforme o registro do Ministério da Saúde atualizado neste sábado (17).

No Ceará, são 238 pacientes contaminados pelo vírus e outros 262 que aguardam o resultado do exame. O Estado tem o maior número de casos confirmados no Nordeste. 

O ministro afirmou que a vacinação ainda não deve acontecer para toda a população, porque não há recomendação nesse sentido. Marcelo Queiroga espera uma redução dos casos da doença.

“No mundo inteiro o surto tem diminuído, a velocidade de progressão dos casos é menor e nós estamos numa fase de platô com queda. Então esperamos que esse surto seja controlado”, contextualizou.

MEDICAMENTO E VACINA NACIONAL
O Ministério da Saúde recebeu autorização emergencial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar o antiviral Tecovirimat. Essa medicação pode ser aplicada em situações graves e específicas da doença.

“O uso é diante de situações onde não temos mais alternativas para esses pacientes”, completou o ministro.

Além disso, há o desenvolvimento de uma vacina nacional para enfrentar a monkeypox, que pode estar disponível no segundo semestre de 2023, caso o cenário epidemiológico aponte a necessidade de ampliação da proteção coletiva.

“É algo que está trabalhado, em pesquisas. Já recebemos a Universidade Federal de Minas Gerais, que nós chamamos de semente, que depois gera a produção do IFA, e a Fundação Oswaldo Cruz, através de Biomanguinhos, tem capacidade de fazer escala. Mas isso é se houver uma indicação de vacinação para um grupo maior de pessoas”, concluiu Queiroga.

QUAIS OS SINTOMAS DA MONKEYPOX?
Os sinais e sintomas da monkeypox duram de 2 a 4 semanas, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), e desaparecem por conta própria, geralmente sem complicações. 

Os principais sintomas da monkeypox, já identificados entre os cearenses, são:

lesões na pele;
febre;
dor de cabeça;
fraqueza;
dor muscular;
aumento dos linfonodos do pescoço;
dor de garganta;
dor nas costas;
suor/calafrios;
dor nas articulações;
lesão genital/perianal;
náusea/vômito;
inchaço dos gânglios;
lesões na boca e mucosas;
tosse;
sensibilidade à luz;
conjuntivite;
inchaço peniano;
proctite (inflamação no reto);
sinais hemorrágicos.

O período de incubação do vírus monkeypox é “tipicamente de 6 a 16 dias”, mas pode chegar a 21 dias, como explica o Ministério da Saúde. Ou seja, esse é o período que o paciente pode permanecer sem sintomas após ter contraído o vírus.

COMO OCORRE A TRANSMISSÃO DA MONKEYPOX?
Entre humanos, o vírus é transmitido por contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de infectados, fluidos corporais ou objetos recentemente contaminados. 

“Quando a crosta desaparece e há reepitelização, a pessoa deixa de infectar outras e, na maioria dos casos, os sinais e sintomas desaparecem em poucas semanas”, aponta a Sesa.

De acordo com o Ministério da Saúde, a monkeypox “é uma doença que exige contato muito próximo e prolongado para transmissão de pessoa a pessoa, não sendo característica a rápida disseminação”. Apesar disso, o vírus tem potencial epidêmico.

COMO PREVENIR?
Evitar contato com pacientes suspeitos ou infectados;
Higienizar as mãos com frequência, com água e sabão ou álcool;
Usar máscaras de proteção.

As medidas também valem para roupas, roupas de cama, talheres, objetos e superfícies utilizadas por pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Esses itens devem ser limpos da forma adequada.

O QUE FAZER SE TIVER SINTOMAS DA MONKEYPOX?
As autoridades de saúde recomendam que o paciente que apresentar sintomas da varíola dos macacos procure uma unidade de saúde, para atendimento médico. E não entre em contato com outras pessoas.

QUAL É O TRATAMENTO?
O tratamento dos casos suspeitos de varíola dos macacos tem se baseado, conforme boletim da Secretaria da Saúde, “no manejo da dor e do prurido, cuidados de higiene na área afetada e manutenção do balanço hidroeletrolítico”.

A maioria dos casos, observam as autoridades de saúde, apresenta sintomas leves e moderados. “Na presença de infecções bacterianas secundárias às lesões de pele, deve-se considerar antibioticoterapia”, acrescenta a Sesa.

Fonte: Diário do Nordeste

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