Movimentação na tarde deste domingo (11), próximo a Basílica de Juazeiro. FOTO: Site Gazeta do Cariri

12/09/2022

Diferente dos últimos dois anos, a Romaria de Nossa Senhora das Dores, que abre o chamado ciclo de romarias, volta acontecer sem as restrições sanitárias impostas pela pandemia. Milhares de devotos são esperados em Juazeiro do Norte, com uma estimativa de 300 mil pessoas circulando na terra do Padre Cícero.

Um dos grandes beneficiados é o comércio, que no último biênio sofreu com a ausência dos eventos religiosos e, consequentemente, viu as vendas caírem. Segundo maior evento religioso, a romaria da padroeira de Juazeiro do Norte começou no último dia 27 e segue até o próximo dia 15.

O evento retornou com suas agendas tradicionais, como a procissão das carroças e a cavalgada. No dia 14, marcará o retorno também da procissão dos transportes, quando ônibus, caminhões e carros que trazem os romeiros desfilam pelas principais ruas.

Em 2019, a Secretaria de Turismo e Romaria (Setur) da cidade apresentou um estudo que apontou que cada romeiro tem um gasto médio de R$ 754, que engloba alimentação, transporte, estadia e os tradicionais presentes. Somando ao número de visitantes que circulam na cidade entre as principais romarias — cerca de 770 mil pessoas — estima-se que mais de R$ 1 bilhão deixou de ser incrementado na economia do município nos últimos dois anos.

Por isso, o retorno é muito comemorado pelos lojistas locais. Um dos produtos mais pedidos são as velas, que a partir deste mês já começam a ter procura, se estendendo até novembro, quando acontece a Romaria de Finados. O empresário Francisco de Assis Freitas conta que sua fábrica chega a vender 75 toneladas neste período, enquanto a média no restante do ano é de 40 toneladas.

“Quase todas as pessoas que vêm a Juazeiro acendem velas.” A maioria dos romeiros procura também artigos religiosos, pomadas, redes, roupas e panelas de alumínio. No entanto, o carro-chefe é a rapadura, que é trazida principalmente de Pernambuco. De Santa Cruz da Baixa Verde, dez caminhões saem diariamente para a terra do Padre Cícero. Cada um chega a transportar três toneladas do doce.

Um dos fabricantes do produto, Valdemir Adriano da Silva, conta que produz duas toneladas de rapadura por dia, mas durante as romarias de Juazeiro do Norte o aumento no seu engenho varia de 35% a 40%. “A procura é muito grande. A demanda, graças a Deus, está muito boa e tudo indica que teremos mais uma vez uma boa procura nessa romaria”, projeta o empresário.

Vinda de Tacaratu (PE), a artesã Maria Helena Rocha leva anualmente mantas e redes produzidas em sua cidade, prática interrompida pela pandemia. Agora, espera que as vendas voltem a ser melhores. “Antes de chegar a doença, o movimento já estava fraco, porque tinha a crise. Os romeiros compravam menos. Mas com tanto tempo longe, acho que vão querer levar mais lembrancinhas pra casa”, acredita.

A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro do Norte, Zenilda Sena, detalha que, neste período, hotéis, pousadas, restaurantes e bares são os mais beneficiados com o grande número de visitantes. “Tudo gira em torno disso. Ainda tem camelôs, pequenas lojas e muitas pessoas de fora que vêm trabalhar aqui. Tudo isso faz a moeda circular. Este ano, voltamos ao otimismo porque já se vê o movimento.”

Fonte: Jornal Opinião CE

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