28/10/2022

Ciro Gomes e Roberto Cláudio, ambos do PDT, sumiram da campanha eleitoral mesmo com o apoio da legenda ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República. O partido deles anunciou o apoio no dia 4 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições, porém as manifestações dos dois cearenses se rarearam de lá para cá.

No próximo domingo (30), o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) disputarão o segundo turno das eleições para o Palácio do Planalto. Lula recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%) no primeiro turno.

Na ocasião do anúncio, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, apontou que a decisão do apoio se deu após reunião com toda a Executiva Nacional do partido e foi unânime. "Tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula", afirmou.

O encontro, que teve uma hora e meia, reuniu, também, presidentes estaduais, presidentes de movimentos, deputados federais de mandato e senadores pedetistas. A posição do partido se erigiu com o que Lupi definiu como uma "prioridade absoluta" e uma "causa nacional": derrotar Bolsonaro.

"Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã", disse à época. O presidente do PDT informou ainda, que Ciro Gomes "endossou" a decisão.

"Eu falo pelo partido. Ele [Ciro] fará, participou da reunião, e disse que endossa integralmente a decisão do partido [...] O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou o apoio ao partido", pontuou.

Posição de Ciro
No mesmo dia 4 de outubro, Ciro Gomes publicou, nas redes sociais, um vídeo de dois minutos e dez segundos afirmando acompanhar a decisão do PDT, o qual foi destacado em suas redes sociais. No entanto, até esta sexta-feira (28), as manifestações públicas do político diminuíram — ele só fez três postagens nesse ínterim.

No Facebook, no Instagram e no Twitter, o político publicou as mesmas postagens. Em 12 de outubro, ele publicou foto em alusão à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, pedindo que ela intercedesse pelo país. "[...] Que interceda junto ao Senhor pelo povo brasileiro, especialmente por nossas crianças. Amar o Brasil é pensar no futuro das crianças e jovens, é construir um país de oportunidades. Que a gente nunca perca a esperança."

Já no último sábado (22), Ciro se solidarizou com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Carmen Lúcia após a magistrada sofrer ataques de Roberto Jefferson, preso após atirar e jogar granadas contra policiais federais. Na postagem, Ciro definiu os ataques como "absurdos e criminosos" e indicou que autores fossem investigados e punidos.

Já nesta quarta-feira (26), ele publicou uma foto do antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, que completaria 100 anos.

Posição de Roberto Cláudio
O ex-prefeito de Fortaleza se manteve mais ativo nas redes sociais, mas se distanciando de quaisquer posicionamentos políticos. O último com esse teor ocorreu em 3 de outubro, quando, após a derrota para o governador eleito Elmano de Freitas (PT) no primeiro turno.

Na ocasião, Roberto Cláudio manifestou gratidão ao eleitorado que o escolheu, falou do apoio de aliados, familiares e amigos, além de desejar sucesso aos vencedores. Já em relação à decisão do PDT em relação ao apoio a Lula, RC não se manifestou.

Entre 4 de outubro e esta sexta-feira, o pedetista publicou mensagens de parabéns a professores, médicos, agentes de endemias e servidores públicos nas datas comemorativas de cada categoria. Além disso, ele publicou fotos com parentes e em alusão ao Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida.

No dia 20 de outubro, o g1 buscou Ciro Gomes para saber mais sobre o posicionamento dele quanto ao apoio a Lula, porém não recebeu retorno.

Questionado em 20 de outubro sobre posicionamentos de Ciro Gomes, o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, apontou ter "dificuldade de contato" com o candidato derrotado.

O g1 buscou, novamente, Ciro Gomes sobre o assunto nesta sexta-feira. Nenhuma resposta foi recebida até a última atualização desta matéria.

O g1 também buscou André Figueredo e Roberto Cláudio nesta sexta-feira, mas também não recebeu resposta até a última atualização deste texto.

Críticas a sumiço de Ciro
Em 2018, Ciro foi criticado por deixar o país após ser derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, ocorrido em 7 de outubro. Ele viajou para o exterior no dia 11 de outubro e voltou 15 dias depois.

À época, o pedetista foi criticado por optar por viajar em vez de apoiar a candidatura de Fernando Haddad (PT) à presidência. Na época, o PDT decidiu dar "apoio crítico" ao petista, que perdeu o pleito para Jair Bolsonaro.

Fonte: g1 CE

Post a Comment