O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votou na manhã deste domingo (4) na escola estadual João Firmino, no bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Após votar, ele beijou o comprovante de votação e deixou a sala.
Lula foi ao colégio eleitoral acompanhado de seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), do ex-prefeito de SP e candidato ao governo do estado, Fernando Haddad (PT), e de Márcio França (PSB), candidato ao senado.
Em coletiva, Lula comentou sobre a eleição de 2018.
“Há quatro anos atrás eu não pude votar porque eu tinha sido vítima de uma mentira nesse país. Eu estava detido na polícia federal exatamente no dia da eleição. Tentei fazer com que a urna fosse até a cela para eu votar, não levaram. E quatro anos depois, eu estou aqui, votando com reconhecimento da minha total liberdade e com a possibilidade de voltar a ser presidente da república desse país, para tentar fazer esse país voltar à normalidade", disse Lula em coletiva no local após a votação.
Lula defendeu que os eleitores do país "não querem armas, querem que distribuam leite".
Afirmou, ainda, que ele e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, têm experiência de trabalhar na adversidade.
"Não queremos mais discórdias, queremos um país que vive em paz". (....)Essa é a eleição mais importante. Estou muito feliz".
Lula disputa a Presidência pela sexta vez e é o primeiro candidato de uma federação partidária. A modalidade de aliança, criada em 2021, consiste na união de dois ou mais partidos que deverão atuar como se fossem um só por pelo menos quatro anos.
Campanha
A jornalista e comentarista da GloboNews Ana Flor ressaltou em seu blog, no g1, que a campanha eleitoral deste ano da equipe do ex-presidente Lula (PT) teve dois focos principais na reta final: estimular os eleitores a comparecer às urnas, reduzindo o nível de abstenção, e responder a ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
No último fim de semana, Lula participou de um ato em São Paulo e pediu aos eleitores que compareçam no dia 2 para poderem ter "autoridade moral" de cobrar os eleitos. No Rio, Lula chamou de "estupidez" a proposta do governo Bolsonaro de estudar a privatização da Petrobras.
Trajetória política
Nascido em Garanhuns (PE), Luiz Inácio Lula da Silva trabalhou, em São Paulo, como ambulante, engraxate, ajudante de tinturaria e torneiro mecânico. Aos 17 anos, em 1964, sofreu acidente de trabalho, no qual perdeu o dedo mínimo da mão esquerda.
Lula iniciou sua trajetória política no movimento sindical, em 1966, e foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema em 1975.
Em fevereiro de 1980, Lula participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. No dia 19 de abril do mesmo ano, ele foi preso por 31 dias devido a sua atuação na liderança de movimentos grevistas no ABC Paulista.
Em 1982, acrescentou o apelido “Lula” ao nome original. No mesmo ano, pelo PT, candidatou-se ao governo de São Paulo e ficou em quarto lugar. Quatro anos depois, em 1986, foi eleito deputado constituinte por São Paulo, na ocasião, ele foi o parlamentar mais votado no Brasil.
Lula disputou a Presidência pela primeira vez em 1989 e foi derrotado por Fernando Collor de Mello (PRN) no segundo turno. Em 1994, ele disputou novamente e perdeu, em primeiro turno, para Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 1998, Lula tentou mais uma vez a eleição presidencial e foi derrotado novamente por FHC.
Em 2002, Lula foi eleito presidente da República após disputar o segundo turno contra José Serra (PSDB). Em 2006, derrotou Geraldo Alckmin (à época, integrante do PSDB) no segundo turno e foi reeleito.
Em 2010, o ex-presidente conseguiu eleger a sua sucessora, Dilma Rousseff (PT), que chefiou duas pastas nos governos Lula: o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil. Em 2014, Lula descartou disputar o Planalto e anunciou apoio à reeleição de Dilma.
Em julho de 2017, o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Em abril de 2018, ele teve a prisão decretada pelo então juiz Sergio Moro e, alguns dias depois, se entregou à Polícia Federal após um ato na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em 2021, uma decisão do ministro do Supremo, Edson Fachin, anulou as condenações e tornou Lula elegível. Na decisão, Fachin considerou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos casos da Lava Jato relacionados à Petrobras, não era a instância competente para julgar Lula — para o ministro, as acusações ao ex-presidente não tinham relação direta com a Petrobras.
Em abril do mesmo ano, o plenário do Supremo confirmou a decisão e enviou os processos para a Justiça Federal do Distrito Federal.
Fonte: g1
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