FOTO: Arquivo / Ilustrativa

19/10/2022

Na noite desta segunda-feira (17 de outubro de 2022), a Polícia Civil do Estado do Ceará realizou uma ação de resgate de uma menor de idade que estava sendo alvo de tortura por parte do próprio genitor no distrito de Ingazeiras, em Aurora, na região do Cariri cearense. O órgão de segurança pública tomou conhecimento do caso após denúncia do Conselho Tutelar, esta iniciada pelo pedido de socorro da jovem no último dia 12 de outubro.

Entenda o caso

Segundo apurou a reportagem do Portal Aurora Notícias, a menor de 15 anos de idade residia com os seus pais na localidade do distrito de Ingazeiras. A mesma vinha sofrendo vários atos de tortura, tais como sendo colocada de joelhos em sementes de feijão, exposta ao forte calor do sol e sofrendo agressões físicas com chicotes pelo fato de seus genitores entenderem que estas eram uma forma de educar a adolescente em virtude dos mesmos alegarem que a garota estava muito rebelde por ter postado um vídeo nas redes sociais com uma amiga. Além disso, os pais da jovem argumentavam que a garota não estava seguindo as suas orientações religiosas.

Ainda conforme apurado pela reportagem, a adolescente conseguiu fugir de casa e pediu socorro ao Conselho Tutelar da cidade. Posteriormente, a jovem retornou a sua residência.

Diante da gravidade do caso, os policiais civis se deslocaram até o distrito de Ingazeiras e conduziram a garota à Delegacia Municipal para a realização de exames periciais que constataram as lesões por ela sofridas. Toda a ação da Polícia Civil foi realizada em parceria com o Conselho Tutelar e com o CREAS do município. A menor se encontra na casa de uma tia temporariamente.

Após os procedimentos de praxe, foi instaurado um inquérito policial contra os genitores da vítima que confessaram a prática das agressões contra a garota. Como não houve situação de flagrância, o inquérito policial, segundo apuramos, foi instaurado por portaria, e tão logo seja concluído, será remetido ao Poder Judiciário de Aurora.

Em conversa com o delegado municipal, Paulo Hernesto Pereira Tavares, o titular da DP de Aurora informou que existe uma clara diferença entre educar os filhos e submetê-los a um constrangimento e sofrimento intenso físico e psicológico.

“No caso dessa menor, verificamos que não foi uma ação de educação, mas, sim, de uma situação de tortura, que como diz a própria lei de tortura, é quando alguém submete uma pessoa que está sob sua guarda cuidado e proteção, no caso os pais, a um intenso sofrimento físico e psicológico. Ficamos muito chocados com o que vimos, uma cena muito lamentável e muito triste, mas que com certeza terá o detrimento judicial devido”, disse.

Para preservar a identidade da vítima a reportagem optou por não divulgar os nomes dos genitores da adolescente.

Fonte: Site Aurora Notícias

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