Márcia Sandra Vieira, presidente da Enel Ceará. Foto: Lennon Costa

12/11/2022

Contrariando as provedoras, que estimaram que a cobrança da Enel nos postes iria aumentar em até 70% a conta de internet para o consumidor final, a companhia de energia desmentiu o número e afirmou que o reajuste deve ser em média de 3%.

A informação é da presidente da Enel Distribuição Ceará, Márcia Sandra Vieira. Ela é a entrevistada desta sexta-feira, 11 de novembro, para a rádio O Povo CBN e CBN Cariri.

“Algumas matérias eu vi que o consumidor final poderia passar a ter um reajuste de 70%, isso não procede. Nós fizemos a análise dos números de algumas empresas que eles nos enviaram, e pode chegar, em média, a 3% de reajuste sem considerar IPCA", disse a presidente.

Segundo Márcia, a cobrança está prevista no contrato e não é nova, mas que ela não era cobrada porque não havia sido realizado um senso para ter um parâmetro geral de como estava a rede. "Nós iniciamos um senso, e à partir do momento que eu senso e observo como está essa rede, nós vislumbramos a quantidade de caixas, que já constava no nosso contrato", completou.

Resposta dos provedores
Em resposta à fala da presidente da Enel Ceará, a União dos Provedores do Ceará (Uniproce) enviou uma nota à reportagem desmentindo a afirmação. Leia o comunicado abaixo na íntegra.

"A Enel-CE insiste na narrativa de que a cobrança de equipamentos instalados (CTOs), trará apenas 3% de reajuste sobre os valores pagos atualmente. Contudo, essa afirmação não transparece a verdade. Os provedores do Ceará já pagam o maior valor de aluguel de postes do país, e ainda são únicos que irão pagar por equipamentos no poste, ou seja, nenhuma outra concessionária de energia pratica cobranças tão agressivas. A nova cobrança aumenta o valor em 70% no orçamento das empresas de Internet, que serão forçadas a fechar suas portas (com demissão em massa), ou repassar o aumento ao consumidor final, que será o mais atingido com a nova taxa imposta pela Enel-CE".

Entenda o caso
O debate sobre um novo valor para o uso dos postes para a instalação de fibra óptica era conduzido desde fevereiro em um grupo técnico formado por associações, provedores, Enel e também a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No entanto, o entendimento entre eles não aconteceu e a Enel Ceará enviou um informe às empresas de telecomunicações sobre novos valores para o compartilhamento de infraestrutura, retomando os valores estabelecidos antes da discussão, na noite de 19 de outubro, e deu até o fim de novembro para que as novas condições fossem aceitas.

Fonte: O Povo

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