Foto: Fabiane de Paula/SVM

07/11/2022

O mês de outubro chegou ao fim com importantes marcas pluviométricas atingidas. A começar pelo volume médio acumulado, que foi o melhor desde 2014. Conforme a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), choveu 7,6 milímetros neste mês, o que representa um desvio positivo de 93,8%. Nesta década, o índice só fica atrás para 2014, cujo acumulado foi de 7,8 mm.

A média histórica de chuvas para outubro, no Ceará, é de apenas 3,9 milímetros.

O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Flaviano Fernandes, credita estes bons volumes a atuação da La Niña.

A La Niña é o esfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Quando ela está atuando, aumentam as chances de ocorrência de chuvas em uma porção do Brasil, que contempla o Ceará.

Ainda conforme o especialista, a mesma tendência é esperada para os meses de novembro e dezembro.

5 VEZES SUPERIOR A MÉDIA 
A porção Sul do Ceará, que pode ser a mais beneficiada neste início de novembro, concentrou os maiores volumes pluviométricos neste mês de outubro. Das 8 macrorregiões, o Cariri foi a que possuiu o maior acumulado médio de chuva.

Conforme levantamento realizado pelo DN, com base em dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídrico, a região registrou 54.2 milímetros, índice quase 5 vezes superior a média histórica (11.1mm).

Este volume é o maior dos últimos 10 anos. E, além disso, havia 8 anos que a região não fechava o mês de outubro com pluviometria acima da média. Finalizar o mês com chuvas positivas não é um cenário comum. Das últimas 5 décadas, apenas 18 vezes o Sul do Estado teve um outubro positivo (36%).

Este índice foi impulsionado pelas precipitações registradas nas duas últimas semanas do mês. Em apenas três dias, foram três importantes recordes quebrados: Juazeiro do Norte registrou sua maior chuva dos últimos 50 anos; Missão Velha obteve o maior volume do Brasil e, pela primeira vez em dez anos, não chovia mais de 100 mm em 8 cidades em um intervalo de 24 horas.

CIDADES DO SUL SE DESTACAM
Dos dez municípios com maiores volumes acumulados em outubro, todos eles estão localizados na porção do Sul do Estado. A cidade de Abaiara liderou, com 161 milímetros. O índice é quase 15 vezes superior a média histórica para o período, que é de 11,2 mm.

Em seguida, aparecem Porteiras (154 mm), Brejo Santo (133.7 mm), Juazeiro do Norte (131,8 mm), Missão Velha (129,2 mm), Barbalha (116,8 mm), Penaforte (113 mm) e Crato (111,5 mm). Fecham as listas dos dez maiores índices as cidades de Milagres e Jardim, com 102 e 101 milímetros respectivamente.

PIORES REGIÕES
No lado oposto, estão as macrorregiões da Jaguaribara e Litoral Norte. Elas foram as que obtiveram os menores índices, com 0,4 milímetros e 0 mm, respectivamente. O litoral, no entanto, tem média histórica reduzida, de apenas 0,4 mm, em na Jaguaribara a normal climatológica, para outubro, é de 1,5 mm.

Esta região igualou seu pior desempenho desde 2017, quando outubro daquele ano ela também registrou apenas 0,4 mm de precipitações acumuladas, o que sinaliza um desvio negativo de 75, 6%. Todos os dados contidos nesta reportagem são parciais e podem sofrer atualização.

A Funceme explica que, como alguns municípios podem atrasar o envio dos dados das chuvas, as médias podem ser alteradas mesmo após o fim do mês.

ALERTAS METEOROLÓGICOS 
Outro fator incomum registrado neste mês de outubro foi a quantidade de avisos meteorológicos emitidos pelo Inmet. A pedido do Diário do Nordeste, o órgão federal mapeou todos os alertas de outubro.

Foram 47 avisos por decorrência do risco da baixa umidade do ar - cenário habitualmente presente nestes meses finais do ano - e três alertas para a possibilidade de chuvas e ventos fortes. Estes alertas, contudo, não são comuns para um mês cujo índice pluviométrico é de apenas 3,9 mm.

Em setembro, não houve nenhum alerta apontando para a possibilidade de chuvas fortes e rajadas de ventos. A tendência, contudo, é que estes avisos, tão frequentes na quadra chuvosa (fevereiro a maio) voltem a ser emitidos com maior regularidade na porção final de novembro e início de dezembro, quando oficialmente começa a pré-estação chuvosa.

Fonte: Diário do Nordeste

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