FOTO: Site Gazeta do Cariri

10/01/2023

Assistir a uma peça com Jean Nogueira, apreciar um concerto de Luiz Fidélis, viajar por meio de clássicos da literatura escritos por Rachel de Queiroz, ver os filmes escolhidos por Elvis Pinheiro, ouvir as histórias contadas por Elisabete Pacheco. 

Todos esses momentos de encontro com a arte mediados por esses e outros profissionais vão continuar sendo realizados e de graça no prédio do Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) do Cariri, localizado à praça Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.

Para alívio de profissionais e apreciadores da arte, o imóvel passará por reforma, o que elimina o risco de transferência do complexo cultural para outro lugar ou mesmo a possibilidade de extinção do equipamento.

Portanto, 2023 começa com essa boa-nova para a cultura. Segundo um profissional do CCBNB com quem o jornalista Paulo Henrique Rodrigues conversou, a reforma do imóvel será feita e com foco no principal: adequação às normas de prevenção a incêndio.

"O grande problema do prédio é porque nós concentramos um número considerável de pessoas no 6º e no 8º andares. E a rota de fuga em caso de incêndio era muito longe da rua. Aí o estudo é exatamente a questão da escada de fuga. Aquela escada principal vai ter uma adaptação para que fique adequada às normas. E serão também feitas alterações para dar mais acessibilidade", afirmou.

Em nota, a assessoria de imprensa do CCBNB confirmou que a reforma do imóvel está prevista para 2023. Ainda conforme o CCBNB, o projeto está passando por análise do Corpo de Bombeiros.

ALÍVIO, MAS SOB VIGILÂNCIA
O cenário teve mudança radical quando comparado ao começo de 2022. Ano passado, houve conversas entre representantes da instituição e gestores de municípios para encontrar um lugar que abrigasse as manifestações culturais reunidas no prédio do centro de Juazeiro do Norte. 

"A Secult ofereceu o espaço do Marcus Jussier, o anfiteatro do Parque Ecológico das Timbaúbas e também o espaço do Hotel Municipal, aqui no Centro, para o CCBNB. Foi pedido para o banco escolher onde queriam ficar,  mas eles optaram por se manter no prédio, reformar e fazer as adequações", afirmou o secretário de Cultura de Juazeiro do Norte, Vandinho Pereira.

Cabe salientar que seria tarefa complexa encontrar um ambiente que comporte mesmo que em parte tudo que o CCBNB abriga. Somente a biblioteca tem 14 mil exemplares, acervo de literatura clássica, moderna e de arte considerado o mais diverso e acessível do Cariri.

Voltei a ouvir a contadora de histórias Elisabete Pacheco. Ela se sente aliviada com a notícia sobre a reforma, mas afirma que os profissionais das artes estão em alerta.

"Foi uma vitória que se deu pelo engajamento da classe artística do Cariri. Numa opinião muito pessoal, acho o CCBNB o equipamento mais democrático em relação ao acesso dos artistas àquele espaço. Essa permanência é vista com muita alegria, mas com vigilância. A gente não pode baixar a guarda. É um ano de muita luta, de muita resistência. Nós estamos a todo tempo acordados para ver como está essa continuidade no prédio atual", afirmou Pacheco.

Fonte: Diário do Nordeste

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