Da esquerda para direita: Cleiton, adotado com um mês de vida; Cícera, mãe biológica que não via o filho há 29 anos; e Davi, irmão biológico mais novo de Cleiton. Família se reuniu pela primeira vez em quase três décadas. Foto: Arquivo pessoal

25/03/2023

Cleiton Silva, 29 anos, viajou até a cidade de Juazeiro do Norte, para conhecer a mãe biológica. O reencontro aconteceu na terça-feira (21), depois de uma longa espera e de muitos quilômetros de viagem.

O analista de sistemas mora em Jandira, interior de São Paulo, e planejou o encontro há 9 meses, quando descobriu onde estava Cícera Paulino, uma dona de casa de 53 anos, sua mãe biológica.

"Fui adotado com um mês de vida. Sempre tive curiosidade de conhecê-la. Meus pais adotivos me deram uma vida muito boa. Não tenho do que reclamar, porém, a curiosidade sempre existiu."

As informações que tinha da mãe biológica eram a cidade, o nome completo e um pouco da história da adoção. Cleiton Silva procurou por anos usando a internet, mas não conseguia encontrar nenhuma informação relevante, até que publicou nas redes sociais um relato.

Em junho de 2022, entrou em um grupo da cidade de Juazeiro do Norte e recebeu a resposta de uma pessoa que fazia o serviço voluntário para pessoas que buscam desaparecidos.

A partir desse primeiro contato, ele recebeu ajuda também da Polícia Civil. No final do mês, a tão sonhada resposta veio.

“Nesse dia mesmo conversamos pela primeira vez em 29 anos. Não tive dúvida que ela era minha mãe, pois a semelhança era incrível.”

Além da mãe, ganhou irmão
O primeiro encontro aconteceu no aeroporto de Juazeiro do Norte. Dona Cícera foi pessoalmente receber o filho.

“Foi emocionante, uma alegria muito grande, inexplicável, foi a realização de um sonho, pois esperei por isso a vida toda, mas eu nunca imaginei que isso aconteceria. Imaginava que ele tinha raiva de mim por algum motivo ou nunca quisesse me conhecer por não saber o real motivo, medo de que minha família tivesse dito coisas negativas.”

Cleiton Silva (à direita) viajou de SP ao CE para ter o primeiro encontro com a mãe biológica, Cícera Paulino (centro); ele conheceu também o irmão biológico mais novo, Davi (esquerda). Foto: Arquivo pessoal

Além da mãe, ele também ganhou um irmão mais novo, Davi Paulino, de 24 anos.

“Ela perdeu os pais cedo, e devido à paralisia infantil ela tem dificuldade de locomoção, na adolescência ela não tinha família e somado à deficiência e aos recursos para me criar, não pôde ficar comigo, ela não pretendia me entregar para adoção, mas não tinha condições.”

Depois do primeiro contato, agora a saudade vai ser algo a mais para lidar. Mas a distância não deve impedir a construção de um novo relacionamento entre a família que já planeja outros encontros.

Fonte: g1 CE

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