Perícia, iniciada no dia 1° de setembro, foi concluída nesta segunda-feira (14). FOTO: Edson Freitas
Após finalização dos trabalhos periciais no começo da semana, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) prevê entregar o laudo sobre o rompimento da Barragem de Jati até o fim de setembro. De acordo com a Pasta, as inspeções foram feitas no local do rompimento por cinco especialistas contratados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão ligado ao MDR. 

Além da inspeção na estrutura, os técnicos analisaram a documentação fornecidas pelas empresas envolvidas no empreendimento. Outros setores do governo Federal visitaram o local do rompimento, como equipe técnica da Defesa Civil Nacional, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Ceará (Crea-CE) também estiveram no reservatório para avaliar o ocorrido. 

O empreendimento, de acordo com o Ministério, está estável e não oferece riscos à população que vive em seu entorno. Na época do vazamento, 2 mil pessoas foram evacuadas do local. Agora, técnicos e engenheiros responsáveis pela obra estudam alternativas para que a água represada no reservatório siga em direção à outra barragem, localizada no município de Brejo Santo. 

Vazamento 
No dia 21 de agosto parte da tubulação do reservatório de Jati rompeu, projetando um jato de água devido a alta pressão. O equipamento, inaugurado um dia antes do acidente, integra a obra de Transposição do Rio São Francisco, com as águas que passam pela tubulação correndo em direção o Açude Atalho, em Brejo Santo.

Moradores flagraram, em vídeo, problemas na estrutura da barragem localizada no município de Jati, na região do Cariri cearense, momentos antes do rompimento da tubulação. Nas imagens é possível perceber umidade nas paredes do reservatório, além da evasão de líquidos na comporta da barragem. 

O geógrafo Clístenes Teixeira, doutor em Geologia com ênfase em mapeamento geotécnico e erosão hídrica pela Universidade Federal do Ceará (UFC), o escoamento de água na lateral da estrutura já indicaria problemas. 

"Pelo vídeo, isso já indica vazamento ou material mal construído. Uma das possíveis causas é o tipo de material que foi utilizado no aterro ou o caso de concreto de baixa qualidade. Mas é preciso fazer um laudo no local. Contudo, o fato de acontecer vazamento é uma indicação óbvia de que existe algo errado. A vida útil de um equipamento como esse é de, no mínimo, 40 anos", conclui o geógrafo, que também pesquisa sobre Recursos Naturais.

(Fonte: Diário do Nordeste)

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