Crato. Orçada em meio
milhão de reais, a construção de uma quadra poliesportiva coberta no distrito
de Monte Alverne está paralisada há mais de dois anos. Com recurso do governo
federal, por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra está a
42,95% da sua conclusão. Hoje, nas arquibancadas, o mato toma conta e, nos
vestiários, o teto e as paredes apresentam infiltrações.
Reivindicação
da população, a quadra fica na sede do distrito, e atenderia a várias
comunidades. Monte Alverne possui cerca de 2.382 habitantes, segundo o censo de
2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Iniciada no
dia 17 de junho de 2013, a obra tinha prazo de conclusão em 150 dias.
De acordo com o Sistema Integrado do Ministério da Educação (Simec), R$ 212.361,76 já foram
pagos. Uma nova licitação foi feita em agosto do ano passado, com conclusão do
equipamento prevista para novembro, mas não foi retomada.
Segundo
Alfredo Alencar, diretor técnico da NRG construções, empresa que realizou a
obra até 2015, o atraso, no início, aconteceu por problemas na desapropriação e
na troca de gestão, mas depois que começaram, perceberam que era necessário um
aditivo para fazer um aterramento, criar uma plataforma, para não deixar
nenhuma inclinação. Sem acordo, foi feito o distrato amigável. "Se a nova
gestão quisesse, eu terminaria a obra sem nenhum problema, porque foi a
primeira construção na cidade que não foi concluída por nós. Com cerca de R$
258 mil eu termino. Isso se colocar no papel o aditivo de prazo. Mas a nova
administração não me procurou", explica Alfredo.
Outro
problema é que família do antigo dono do terreno cobra na Justiça o valor
restante da indenização. Até agora, eles receberam R$ 27.920, que só foram
pagos depois que conseguiram o auxílio de advogado. "Um preço muito baixo.
Gastei muito com passagem, indo à Prefeitura, reclamando. Quando pagaram, foi
só uma parte", conta Maria Teles, herdeira do terreno.
Segundo
ela, ainda faltam cerca de 20% para serem pagos. "Iniciaram a obra sem
pagar. Entraram ali quase à força. Disseram que iam chamar a Polícia. Começaram
a construir sem a gente resolver nada", conta. Ela reconhece que a quadra
terminada serviria muito para a comunidade, que possui duas escolas, uma de
Educação Infantil e outra de Ensino Fundamental. "Quando precisa fazer
Educação Física, tem que ir para o campo de terra, que fica longe", diz.
O
agricultor Fagner dos Santos, 26, afirma que hoje a Educação Física nas escolas
é praticada no salão de festas de Monte Alverne, alugado mensalmente. Para ele,
a quadra, iria atrair crianças para praticar atividades físicas adequadas.
Segundo
a Secretaria Municipal de Educação, o projeto foi retomado. Já foi realizado o
diagnóstico da atual situação, o replanilhamento físico e financeiro e o
desbloqueio do valor restante do recurso junto ao FNDE. A obra será reiniciada
neste mês.
O
processo licitatório, iniciado em agosto de 2017, que culminou no fim do ano,
teve como vencedora do certame a empresa Flap Construções e Empreendimento, com
valor de R$ 483.349,20. O Município arcará com recursos próprios, pois o valor,
aprovado em 2011, sofreu alteração. A demora no processo licitatório aconteceu
porque todas as primeiras propostas foram desclassificadas, atrasando o
cronograma. Já sobre a família dos antigos donos do terreno, a Secretaria foi
informada que a gestão anterior procedeu com a desapropriação e o depósito, que
ocorreram em juízo. (Diário do Nordeste)
Infelizmente nada para os jovens carentes da periferia, falta uma simples bola /
ResponderExcluirEsse vídeo retrata essa triste realidade https://youtu.be/S3XoPbTKfFE
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