Com
uma expectativa de crescer, pelo menos, 3% neste ano, o setor têxtil e de
vestuário do Ceará se prepara em 2018 para retomar as vagas de emprego perdidas
com a crise econômica. "Com certeza, o Acordo de Complementação Econômica
(ACE) 72 - que zera as tarifas de importação entre os países do Mercosul e a
Colômbia - vai impactar em mais empregos para o setor no Estado. Nós temos uma
recuperação a ser colocada e claro que não chegaremos ao patamar de recuperação
necessário dos últimos anos", avalia a presidente do Sindicato da
Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sinditêxtil),
Kelly Whitehurst.
De
acordo com ela, existe um movimento positivo do mercado para 2018. "Além
dessa previsão de crescimento em torno de 3%, a indústria quer expandir os
mercados internos e externos para alavancar as vendas neste ano", acrescenta
Kelly.
Segundo
o economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme
Muchale, a tendência é positiva no sentido, de pelo menos, manter a taxa de
crescimento obtida no ano passado. "Até novembro, o setor têxtil cresceu
11,5% em produção e o setor de vestuário, 9,9%", diz.
Muchale
também afirma que os índices positivos são reflexos diretos da melhoria do
cenário econômico. "Os dois setores apresentaram crescimento na produção
no ano passado, porque são segmentos influenciados diretamente pelas melhorias
da confiança do consumidor", destaca.
Comércio
externo
As
exportações cearenses do setor têxtil em 2017 fecharam em mais de US$ 34,2
milhões, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(Mdic). "Nessa parte de comércio exterior, os setores não estão entre os
principais da nossa pauta de exportação. O foco principal é o mercado
interno", afirma Muchale.
Apesar
disso, ele admite que após a assinatura do Acordo de Complementação Econômica
(ACE) 72 pode haver um reconhecimento maior do mercado externo por parte dos
produtores locais. "Talvez ele seja visto como um aliado depois dessa
assinatura", completa.
Perfil
Os
setores têxtil e vestuário são tradicionais no Estado e somam mais de 100
indústrias, segundo o economista da Fiec. "Nós já fomos um polo de maior
relevância no País, mas ainda mantemos algum tipo de importância. Nós somos o
quinto maior empregador do Brasil nestes setores", afirma.
De
acordo com Guilherme Muchale, apenas no setor de confecção são 43.345 empregos.
Já no setor têxtil, são12.972 postos de trabalho. "Na confecção, isso
representa 7,5% da mão de obra nacional do segmento e 5,2% dos empregos no
setor têxtil em todo o País. No Ceará, os setores representam 18,3% do emprego
industrial", explica o economista da Fiec. (Diário do Nordeste)
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