A moeda monólito circula em Quixadá, no Interior do Estado. Hoje, cada monólito vale R$ 1 e é aceito em aproximadamente 20 estabelecimentos comerciais da região |
Além
das facilidades para os consumidores, o Banco Comunitário Digital (BCD) é
vantajoso para os comerciantes ou profissionais que não conseguem ter acesso às
maquininhas de pagamento de cartão de crédito e débito.
"A
primeira grande vantagem para o comércio local é que tudo pode ser feito por
meio de um aplicativo de celular", afirma o coordenador do Banco Palmas e
diretor-presidente da Rede Brasileira de Bancos Comunitários (RBBC), Joaquim de
Melo. "As taxas são bem melhores do que as cobradas pelas grandes
bandeiras de cartão, e o comerciante recebe à vista, podendo resgatar o valor
em reais em um banco comercial, pagando uma pequena taxa", acrescenta.
Taxas
menores
Com
as novas possibilidades proporcionadas pelos bancos comunitários digitais, o
segmento espera crescer a taxas ainda maiores nos próximos anos, aumentando a
base de correntistas e de estabelecimentos.
Pagamento
de imposto
Além
disso, Joaquim Melo diz que há prefeituras no Interior do Estado do Ceará que
já vêm adotando as moedas sociais para receber o pagamento de taxas e de
impostos.
"Estamos
muito animados com essa nova plataforma que criamos. É bom para as pessoas, é
mais barato para o comércio e o dinheiro fica na própria comunidade", diz
o coordenador do Banco Palmas e diretor-presidente da Rede Brasileira de Bancos
Comunitários.
Além
da Palma, também circula no Ceará - em Quixadá - a moeda monólito. A cédula de
papel, criada em 2011, foi suspensa por cerca de quatro anos, mas voltou a
fazer parte do dia a dia dos moradores do município em outubro de 2017.
Atualmente,
cada monólito disponibilizado pelo Banco Quixadá vale R$ 1 e é aceito em cerca
de 20 comércios da região. Alguns deles, chegam a oferecer descontos de 3% a
cada compra. Segundo a agente de crédito do banco comunitário, Cliciane
Oliveira, a retomada da produção e distribuição da moeda foi necessária para
trazer melhorias a pequenos negócios e auxiliar famílias com carências sociais.
"Com
o uso da moeda (monólito), conseguimos estimular os comércios que já existem e
auxiliar pequenos empreendedores a investirem em suas vendas. Alguns compram
mais materiais e vendem seus produtos nas feiras".
Apesar
do uso em larga escala do E-dinheiro, Oliveira não descarta o uso da plataforma
no futuro. O que deve ocorrer somente após um estudo de aceitação junto aos
clientes.
Incentivo
Como
forma de incentivar a circulação da moeda social, o Banco Quixadá oferece uma
linha de crédito específica para consumo, com empréstimos emergenciais de 70
monólitos, sem juros, para famílias carentes. Há ainda uma segunda linha de
crédito produtivo, a partir da qual os clientes recebem 90% do valor em reais e
10%, obrigatoriamente, em monólitos. "O crédito produtivo pode ser
parcelado em até 5 vezes e a nossa taxa de juros é baixa, de 4% sobre o valor
geral e não ao mês. Como se trata de um incentivo, procuramos baixar ao máximo
nossas taxas", reforça a agente de crédito do Banco Quixadá. (Diário do Nordeste)
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