FOTO: Flávio Moraes |
A
cantora será velada e sepultada neste domingo (30) no Cemitério Congonhas, na
zona sul da capital paulista.
O
marido dela, o empresário Daniel D’Angelo, divulgou um vídeo emocionado no
Facebook falando sobre a morte da cantora, que fez um estrondoso sucesso entre
as décadas de 1950 e 1960.
“É
com meu coração partido que eu comunico a vocês que a minha Abelim Maria da
Cunha, e a nossa Angela Maria, partiu, foi morar com Jesus”, disse emocionado,
ao lado de Alexandre, um dos filhos adotivos do casal e de um outro rapaz.
Abelim
Maria da Cunha nasceu em Macaé, no Rio de Janeiro. Ela passou a infância em
Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti. Filha de pastor protestante, desde
menina cantava em corais de igrejas.
Ela
foi operária tecelã e inspetora de lâmpadas em uma fábrica da General Eletric,
mas queria ser cantora de rádio apesar da oposição da família.
Por
volta de 1947, começou a frequentar programas de calouros e passou a usar o
nome Angela Maria, para não ser descoberta pelos parentes.
Apresentou-se
no “Pescando Estrelas”, de Arnaldo Amaral, na Rádio Clube do Brasil (hoje
Mundial); na “Hora do Pato”, de Jorge Curi, na Rádio Nacional; no programa de
calouros de Ari Barroso, na Rádio Tupi; e do “Trem da Alegria” – programa
dirigido por Lamartine Babo, Iara Sales e Heber de Bôscoli, na Rádio Nacional.
Quando
decidiu tentar a carreira de cantora, Angela Maria abandonou os estudos, o
trabalho na indústria e foi morar com uma irmã no subúrbio de Bonsucesso.
Em
1948, começou a cantar na casa de shows Dancing Avenida, onde foi descoberta
pelos compositores Erasmo Silva e Jaime Moreira Filho. Eles a apresentaram a
Gilberto Martins, diretor da Rádio Mayrink Veiga. Após um teste, ela começou
carreira na emissora.
Em
1951, gravou pela RCA Victor os sambas “Sou feliz” e “Quando alguém vai
embora”. No ano seguinte, sua gravação do samba “Não tenho você” bateu recordes
de venda, marcando o primeiro grande sucesso de sua carreira.
Princesa
e Rainha do Rádio
Durante
a década de 1950, atuou intensamente nas rádios Nacional e Mayrink Veiga, como
a estrela de “A Princesa Canta”, nome derivado de seu título de “Princesa do
Rádio”, um dos muitos que recebeu em sua carreira.
Em
1954, em concurso popular, tornou-se a “Rainha do Rádio”, e no mesmo ano
estreou no cinema, participando do filme “Rua sem sol”.
“Sapoti”
Encantado
pela voz de Angela Maria, Getúlio Vargas lhe deu o apelido de “Sapoti”.
“Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti”, teria dito o presidente.
Ainda
durante a década de 1950, vários de seus sambas-canções viraram sucesso, como
“Fósforo queimado”, “Vida de bailarina”, “Orgulho”, “Ave Maria no morro” e
“Lábios de mel”.
Na
segunda metade da década de 1960, foi a vez de “Gente humilde” ser destaque nas
paradas de sucesso.
Em
1982, foi lançado o LP Odeon com Angela Maria e Cauby Peixoto, primeiro
encontro em disco dos dois intérpretes. Em 1992, a dupla lançou o disco “Angela
e Cauby ao vivo”, após o show Canta Brasil.
Em
1996, foi contratada pela gravadora Sony Music e lançou o CD “Amigos”, com a
participação de vários artistas como Roberto Carlos, Maria Bethânia, Caetano
Veloso, Chico Buarque, entre outros. O trabalho foi um sucesso, celebrado em um
espetáculo no Metropolitan (Claro Hall), no Rio de Janeiro, e um especial na
Rede Globo. O disco vendeu mais de 500 mil cópias. (G1)
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