NADYNA KALITA é fisioterapeuta. Trabalha informalmente com estética, mas busca se formalizar como microempreendedora individual. FOTO: Alex Gomes |
Os
dados constam na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). A informalidade, mesmo para quem
possui alguma formação profissional, tem sido alternativa para garantir a renda
e o pagamento das contas.
Para
o analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho
no Ceará (IDT), Mardônio Costa, a expansão da informalidade é um movimento que
ocorre em resposta à lenta recuperação econômica e as atuais dificuldades no
mercado de trabalho nacional. Hoje, a taxa de desemprego no País é de 12,3%,
atinge quase 13 milhões de brasileiros.
"Em
momentos de crise, o setor informal se constitui. É como um colchão amortecendo
as tensões sociais. Fizemos isso em 2015 e 2016, dois anos de retração em que a
economia encolheu 7% no acumulado do período. A exemplo do que ocorreu em
âmbito nacional, essa recessão também impactou no número de desempregos no
Ceará", explica, lembrando que a economia só foi melhorar no ano passado,
quando o Produto Interno Bruto (PIB) fechou em 1%. No Ceará, o crescimento
econômico foi de 1,87%, acima da média nacional.
Os
dados positivos sinalizavam para uma retomada definitiva do crescimento do País
neste ano. No entanto, a projeção do Relatório de Mercado Focus para o Produto
Interno Bruto (PIB) de 2018 encolheu pela metade, passando de 3% para 1,44%.
Mardônio
aponta que a recessão e o desemprego ainda elevado, somados à tensão eleitoral
e greve dos caminhoneiros, que paralisou a economia nacional em maio último,
foram os motores que contribuíram para frear o avanço previsto para este ano.
"Essas perspectivas foram dissipando a economia e isso provocou impacto no
mercado de trabalho. Com a recuperação se dando de forma lenta, a geração de
emprego também ocorre de forma modesta", observa.
Outro
ponto que refletiu no aumento da informalidade foi o receio das empresas em
investir no processo de contratação custoso em meio ao cenário de
instabilidade. No Brasil, o número de trabalhadores informais passou de 22,5
milhões no segundo trimestre de 2017 para 23 milhões em igual período deste
ano, avanço de 2,2%. (O Povo)
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