Tereza Cristina foi indicada pela bancada ruralista ao
presidente eleito para a Pasta da Agricultura. FOTO: AFP
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A
líder da bancada do agronegócio na Câmara dos Deputados, Tereza Cristina da
Costa (DEM), será ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro, defendendo as
causas desse setor, motor da economia brasileira, diante de seus tradicionais
inimigos: os ambientalistas radicais e o movimento sem-terra.
Costa,
agrônoma de 63 anos, declarou seu apoio a Jair Bolsonaro durante a campanha,
com uma bancada que aderiu ao nome do PSL quando ele decolou nas pesquisas.
A
adesão não foi difícil, já que seu programa de governo respaldava
reivindicações históricas do setor, que representa 23,5% do PIB e 44% das
exportações brasileiras, segundo dados oficiais.
"Historicamente,
a bancada ruralista é muito atuante, muito eficaz, faz avançar a agenda própria
de interesses", indica o cientista político André César, da consultoria
Hold.
Nas
eleições que provocaram a maior renovação dos 513 assentos do Congresso em duas
décadas, a bancada ruralista conseguiu reeleger apenas 99 de seus 218
deputados.
Mas,
com o início do novo período legislativo, os "sobreviventes" esperam
que muitos dos novos congressistas se unam ao grupo. "Vamos ter um
Ministério da Agricultura muito mais forte pela convicção do nosso governante.
Ele tem esta gratidão ao campo e isso vai ajudar", disse o deputado
Jerônimo Goergen (PP).
Tereza,
eleita pelo Mato Grosso do Sul, se reuniu com Bolsonaro na quinta em Brasília e
se mostrou aberta em alguns dos temas polêmicos com os quais precisará lidar
quando assumir o cargo, em 1º de janeiro. Mas não cedeu terreno nas questões
cruciais.
Defendeu
especialmente o trabalho da comissão legislativa que, sob sua direção, aprovou
regras para flexibilizar o registro de agrotóxicos.
A
batalha por essa lei, que ainda deve ser votada no Congresso, rendeu a Cristina
o apelido "musa do veneno".
"Diferentemente
do que muitos dizem, a comissão especial trouxe a modernização. É a opção de
dar ao produtor brasileiro ou de usar as mesmas moléculas que são usadas lá
fora, através da agilidade, da transparência e da governança", disse.
Agora, acrescentou, a prioridade será outro projeto de lei que flexibiliza os
processos de licenças ambientais, para dar "maior celeridade" à
construção de estradas, obras de energia e saneamento dentro das propriedades
agropecuárias no País. Tereza tem "dúvidas" sobre a proposta de
Bolsonaro de classificar como "terroristas" as ocupações do MST. (Diário do Nordeste)
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