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Mais Médicos no Ceará tem cubanos atuando em quase um terço dos postos abertos. FOTO: Camila de Almeida |
No Ceará, 118 municípios serão
atingidos. De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), no mês de
outubro havia 1.229 profissionais no Ceará pelo Mais Médicos. Desse total, 448
são cubanos, a maioria atuando em áreas de vulnerabilidade, reservas indígenas
e distritos distantes. É o caso de Tucunduba, distrito de Caucaia. Lá, o posto
de saúde conta com uma profissional do programa. "É uma médica que
realmente observa o paciente, examina bem", afirma a auxiliar operacional
Emery Forte, 29, que esta semana chegou a buscar atendimento. Ela acredita que
a mudança pode complicar bastante no atendimento de saúde local. "As
pessoas hoje conseguem ter acesso a uma profissional excelente, todos os dias,
sem precisar ir ao centro de Caucaia (distante 24 km)".
Cuba tomou a decisão de solicitar o
retorno dos 8.332 médicos que trabalham hoje no Brasil depois que Bolsonaro
questionou a preparação dos profissionais e condicionou a permanência "à
revalidação do diploma", além de ter imposto "como via única a
contratação individual".
O Mais Médicos tem 18.240 vagas em
4.058 municípios ? cobertura de 73%. Quando são abertos chamamentos para o
programa, a seleção segue ordem de preferência: médicos com registro no Brasil
(formados em território nacional ou no exterior, com revalidação do diploma no
País); médicos brasileiros formados no exterior; e médicos estrangeiros
formados fora do Brasil. Após as primeiras chamadas, caso vagas não sejam
ocupadas, os profissionais de Cuba são convocados.
A reportagem tentou contato com médicos cubanos, que não se
pronunciaram sobre a decisão.
Carlile Lavor, diretor da Fiocruz
Ceará, concorda com a necessidade de revalidação e acredita que existem
profissionais brasileiros disponíveis para essas funções.
Para Juliana de Paula, doutora em
saúde global e sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), a
retirada abrupta dos médicos cubanos acarreta numa série de problemas. A
situação é vista como "um dos maiores golpes à saúde brasileira".
"Isso vai resultar em atendimentos inacabados, agravamento de casos que
estavam sendo acompanhados", afirma.
O Ministério da Saúde, em nota,
informou que "tranquiliza a população que adotará todas as medidas para
que profissionais brasileiros estejam atendendo no programa de forma
imediata".
Médicos cubanos nos municípios do Ceará
21 - Morada Nova
19 - Iguatu
15 - Fortaleza
13 - Itapajé
11 - Granja e Limoeiro do Norte
10 - Acaraú e Acopiara
9 - São Benedito, Sobral, Tamboril e
Viçosa do Ceará
8 - Camocim e Guaraciaba do Norte
7 - Crateús, Icó, Ipu, Parambu e
Tianguá
6 - Bela Cruz, Cedro, Ibiapina,
Ipueiras, Itarema, Marco e Uruoca
5 - Independência, Pacajus,
Reriutaba, Santa Quitéria e Senador Pompeu
4 - Baturité, Itatira, Jaguaribe,
Monsenhor Tabosa, Moraújo, Morrinhos, Nova Russas, Pereiro, Poranga, Tauá e
Ubajara
3 - Amontada, Ararendá, Cariré,
Chorozinho, Horizonte, Iracema, Irauçuba, Itapipoca, Itapiúna, Jaguaretama,
Miraíma, Mombaça, Piquet Carneiro, Quiterianópolis, Quixeramobim, Santana do
Acaraú e Várzea Alegre
2 - Altaneira, Assaré, Barroquinha,
Canindé, Cariús, Carnaubal, Coreaú, Deputado Irapuan Pinheiro, Forquilha,
Frecheirinha, Hidrolândia, Jaguaribara, Meruoca, Mucambo, Novo Oriente,
Pacatuba, Palmácia, Pedra Branca, Pentecoste, Pires Ferreira, Quixadá, Russas,
São Gonçalo do Amarante, Solonópole e Tabuleiro do Norte
1 - Alcântaras, Arneiroz, Barreira,
Boa Viagem, Campos Sales, Capistrano, Catunda, Caucaia, Chaval, Choró, Croatá,
Cruz, Ererê, Fortim, Graça, Ipaporanga, Jaguaruana, Jucás, Lavras da
Mangabeira, Madalena, Maranguape, Martinópole, Mulungu, Ocara, Orós, Pacoti,
Palhano, Paracuru, Pindoretama, Saboeiro, Senador Sá, Tururu, Umirim e
Uruburetama
5 - Distrito Sanitário Especial
Indígena (O Povo)
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